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Israel 'não teve sucesso' em minimizar vítimas civis em Gaza, diz Netanyahu

Já são 42 dias da guerra entre Israel e Hamas, após o ataque do grupo extremista no começo de outubro. Na noite de ontem (16), o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse "estar fazendo tudo o que pode para tirar os civis de perigo" durante os combates com militantes armados. De encontro com a declaração do premiê, ao menos 11.500 mortes na Faixa de Gaza foram confirmadas pela ONU (Organização das Nações Unidas).

O que aconteceu

"Qualquer morte de civil é uma tragédia. E não deveríamos ter nenhuma porque estamos fazendo tudo o que podemos para tirar os civis do perigo, enquanto o Hamas está fazendo tudo para mantê-los em perigo", disse Netanyahu em entrevista ao canal norte-americano CBS.

"Outra coisa que posso dizer é que tentaremos terminar esse trabalho com o mínimo de vítimas civis. É isso que estamos tentando fazer: o mínimo de vítimas civis. Mas, infelizmente, não temos sucesso", acrescentou o premiê.

Ele ressalta ações tomadas para diminuir as mortes de palestinos, enquanto reafirma que o objetivo de seu governo "é destruir o Hamas". A posição já havia sido defendida pelo embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan.

"Enviamos panfletos, ligamos para eles em seus celulares e dizemos: 'vão embora'. E muitos foram embora", afirmou o premiê. Folhetos já haviam sido lançados pela Força Aérea israelense semanas antes em Khan Younis, no sul de Gaza. A medida foi seguida de pesados bombardeios.

"Para sua segurança, é necessário evacuar imediatamente sua residência e se dirigir para abrigos. Qualquer pessoa que se aproxime de terroristas ou de suas instalações coloca a sua vida em risco, e todas as casas utilizadas por terroristas serão alvo de ataques", dizem os panfletos distribuídos nos bairros Khuza'a, Abasan al-Kabera, Bani Suhaila e Al-Qarara, de acordo com a Reuters.

Dois terços da população de 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza ficaram sem abrigo devido à guerra, e todos os espaços disponíveis em Khan Younis e outras cidades no sul do enclave estão lotados, segundo autoridades palestinas. Israel também usou panfletos no norte de Gaza para alertar os civis para deixarem a região.

Operação no maior hospital de Gaza

O primeiro-ministro disse para CBS que Israel tinha "fortes indícios" de que alguns reféns estavam no Hospital Al-Shifa, "o que é uma das razões pelas quais entramos" no complexo médico "com base em informações de inteligência". O Hamas nega.

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Netanyahu diz que Israel tem "evidências concretas" sobre o uso do Hospital Al-Shifa na cidade de Gaza para fins militares, alegando que membros do grupo terrorista fugiram do centro médico quando as forças israelenses se aproximaram.

"Estamos a fazer isto com muita cautela porque estamos a tentar fazer a coisa moral, a coisa certa, para privar o Hamas de ter esta zona segura em hospital, mas ao mesmo tempo neutralizar a sua utilização como centro de comando para o terror. E até agora conseguimos isso", diz ele.

Dados confirmados pela ONU, dizem que pelo menos 11.500 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza - mais de 4.700 delas são crianças - em resposta ao ataque do Hamas que, segundo Israel, matou 1.200 pessoas, a maioria civis, em 7 de outubro. O Hamas também fez cerca de 240 pessoas de diferentes nacionalidades.

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