Elo com Brasil, piolho e órgãos: o que cotada a chanceler de Milei já falou

Diana Mondino, economista cotada para assumir o Ministério das Relações Exteriores no governo do recém-eleito Javier Milei na Argentina, disse que o país não vai promover relações com o Brasil e com a China.

Deputada eleita neste ano, ela acumula falas controversas, como ataques à comunidade LGBTQIA+ e a criação de um "mercado de órgãos" no país.

Quem é Diana Mondino?

Economista com formação internacional. Natural de Córdoba, na Argentina, Diana Mondino tem 65 anos, é economista, professora de finanças na Universidade Cema e tem uma extensa carreira no setor privado. Segundo o Clarín, sua formação inclui economia na Universidade Nacional de Córdoba e um MBA em economia e administração de empresas na Universidade de Navarra, além de cursos nas Universidades de Yale (Connecticut), Columbia (Nova York) e Darden (Virgínia).

Carreira no setor privado. Ela já trabalhou para empresas como a holding elétrica argentina Pampa Energía, o Banco Supervielle, a empresa de cimento Loma Negra e a agência de classificação de risco Standard & Poor's.

Em 1991, ela fundou sua própria empresa, a Risk Analysis, uma agência de classificação de risco que logo foi adquirida pela global Standard & Poor's, ainda de acordo com o jornal argentino.

Ingressou na política em 2023, como candidata a deputada pelo partido La Libertad Avanza. Foi eleita para o período de 2023 a 2027.

De possível vice a chanceler. Antes da escolha pela deputada argentina Victoria Villarruel para ocupar o cargo de vice-presidente na chapa de Javier Milei, o nome de Mondino havia surgido como possível candidata ao posto, também segundo o Clarín.

O que ela já falou?

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Comparou o casamento homoafetivo a ter piolhos. Questionada durante uma entrevista no início de novembro à CNN, ela afirmou: "Filosoficamente, como liberal, estou de acordo com o projeto de vida de cada um. É muito mais amplo do que o matrimônio igualitário. Deixe-me exagerar: se você prefere não tomar banho e ficar cheio de piolhos, e essa é a sua escolha, pronto. Depois não reclame se há alguém que não gosta de você porque você tem piolhos."

Sem 'interação' com Brasil e China. Em entrevista à agência de notícias russa RIA Novosti, ao ser questionada se o país incentivaria as exportações e importações com os dois países, Mondino disse: "Vamos parar de interagir com os governos do Brasil e da China".

Ruptura com o Mercosul. À Folha de S. Paulo, a economista comentou a fala de Milei sobre se afastar do Mercosul, dizendo que a ruptura não seria brusca. "Uma união aduaneira de 30 anos tem de ser revista, e queremos participar dessa revisão. Quando o Mercosul começou, Uruguai e Paraguai eram países pequenos. Hoje são economias maiores, merecem outro tratamento", disse.

Sem empecilhos para comércio entre as partes privadas. Ainda à Folha de S. Paulo em outubro, ela discorreu sobre outra fala recente de Milei, a respeito da relação da Argentina com países como China, Cuba e Venezuela. Ela afirmou que "devemos separar governo, Estado e iniciativa privada". "O governo Milei não quer ter relações próximas com esses países, mas não vai colocar nenhum empecilho para que as partes privadas dos países façam comércio entre elas", reforçou.

Privatizações. Segundo o jornal argentino Página/12, a economista já sugeriu que os próprios moradores de um bairro se responsabilizassem pelos custos de uma obra pública. Ela deu como exemplo a construção de um esgoto, que seria financiado "com os impostos que as pessoas deixam de pagar".

Criação de "mercado de órgãos". Em 2022, Milei afirmou que a venda de órgãos era "só mais um mercado" e questionou "por que tudo tem que ser regulamentado pelo Estado". De acordo com a CNN, Mondino tentou esclarecer a situação: "O que se falou é do mercado de órgãos, que é algo radicalmente diferente da venda de órgãos". "O que é o mercado de órgãos? Você precisa de um rim e não há ninguém em seu círculo íntimo que seja compatível com você ou que possa ou queira doá-lo para você, mas então, talvez, haja alguém do outro lado que seja compatível com outro que seja compatível com outro que é compatível com você", continuou.

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Soberania das Ilhas Malvinas. Mondino já afirmou também que o governo de Milei pretende recuperar a soberania nas Ilhas Malvinas, arquipélago localizado no Atlântico Sul cujo domínio é britânico. Em entrevista à revista Forbes, ela disse: "Está na nossa Constituição, diz que são imprescritivelmente argentinas."

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