Antártida tem dono? 7 países dominam territórios - e 3 brigam na mesma área

Muito tem se falado sobre a complexa disputa territorial entre Venezuela e Guiana, mas essa não é a única região do planeta envolvida em discussões sobre território. A Antártida, também muito próxima à América do Sul, é palco de reivindicações, sendo um dos lugares mais cobiçados do mundo.

Não pertence a ninguém, mas 7 países reivindicam territórios

Território administrado por tratado. A Antártida, um continente de 13.661.000 km² —o equivalente a 1,6 vez a área do Brasil — é um território administrado por um acordo internacional, o Tratado da Antártida.

Acordo transformou região em reserva natural voltada à ciência. Firmado em 1959, o Tratado da Antártida estabelece limites entre os países que reivindicavam partes do continente, além de prever a desmilitarização da região e a liberdade de pesquisa científica.

No 4º artigo do tratado, de um total de 14, determina-se que o continente não pertence a nenhuma nação. De acordo com o documento, "nenhum ato ou atividade que tenha lugar, enquanto vigorar o presente Tratado, constituirá base para proclamar, apoiar ou contestar reivindicação sobre soberania territorial na Antártida, ou para criar direitos de soberania na Antártida".

No entanto, atualmente sete países ainda reivindicam partes da Antártida. São eles:

  • Argentina,
  • Reino Unido,
  • Chile,
  • Noruega,
  • Nova Zelândia,
  • Austrália,
  • França.

Reivindicações justificadas por extensão natural de território. A Argentina foi o primeiro país a ter uma base instalada e declarar sua soberania na região, em 1904. Em 1908, o Reino Unido fez sua própria reivindicação de território —considerando a soberania que tem sobre as Ilhas Malvinas. Por fim, em 1940, o Chile também fez sua reivindicação.

Imagem
Imagem: Arte/UOL

Briga pela mesma área. A Argentina considera parte da Antártida como uma extensão de sua província mais ao sul, segundo a BBC, assim como Tierra del Fuego, Malvinas (ou Falklands), Geórgia do Sul e Ilhas Sandwich do Sul.

Continua após a publicidade

Briga por parte da área. A Argentina vive outra tensão com o Chile, mas, neste caso, é uma parte do território que os chilenos clamam para si. Como os países já disputam um setor marítimo e a Passagem de Drake, a tensão também se acirra mais abaixo, na Antártida.

Reivindicações baseadas em conquistas feitas por exploradores. Já Noruega, Nova Zelândia, Austrália e França reivindicam a soberania no território com base em explorações feitas no passado. A da Noruega baseia-se nos feitos de Roald Amundsen, em 1911; da Nova Zelândia e da Austrália em James Clark Ross, em 1923 e 1926; e da França em Jules Dumont D'Urville, em 1840.

Brasil e outros países mantêm bases permanentes. Além dessas reivindicações, segundo a BBC outros 35 países, incluindo Brasil, EUA, China, Rússia, Alemanha e Índia têm bases permanentes no continente.

Cores indicam quais países querem dominar áreas da Antártida
Cores indicam quais países querem dominar áreas da Antártida Imagem: Reprodução/Wikipedia

Afinal, por que tantos querem um pedaço da Antártida?

Entre as principais razões está uma potencial riqueza em recursos naturais. Apesar de a mineração e a extração de petróleo no continente serem proibidas pelo Tratado da Antártida, ela pode ser estudada para fins científicos.

Continua após a publicidade

200 bilhões de barris de petróleo estimados. Dessa maneira, de acordo com a BBC, cientistas conseguiram estimar que pode haver aproximadamente 200 bilhões de barris de petróleo sob a região. "É impossível prever em que estado estará a economia mundial em 2048, quando chegará a hora de renovar o protocolo que proíbe a prospecção antártica", disse documentarista e jornalista Matthew Teller ao site.

Além disso, o gelo que cobre o continente é a maior reserva de água doce do mundo —estimada em 70% da água doce do planeta.

Céu "limpo". Outra vantagem, ainda segundo a BBC, é que o céu da Antártida é praticamente livre de interferência de rádio, tornando o local ideal para rastreamento de satélite e pesquisas no espaço.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.