Caçador de pirata: o navio de guerra britânico que manda alerta à Venezuela

O Reino Unido vai enviar um navio de guerra para a Guiana no final deste mês, disse o Ministério da Defesa britânico. O objetivo é oferecer apoio ao país em meio à disputa com a Venezuela pela região de Essequibo.

A Guiana foi colônia britânica e hoje faz parte do grupo de países da Commonwealth — originalmente criada como Comunidade Britânica de Nações.

Como é o navio

A embarcação é o navio de patrulha da Marinha Real HMS Trent. Ele foi enviado ao Caribe em uma missão contra traficantes de drogas, mas teve a rota alterada após o início das tensões entre a Venezuela e a Guiana.

HMS Trent foi incorporado à frota da Marinha Real britânica em 2019
HMS Trent foi incorporado à frota da Marinha Real britânica em 2019 Imagem: Reprodução/X

Tem cerca de 90 metros de comprimento. Foi batizado em homenagem ao rio Trent, o terceiro maior do Reino Unido, de acordo com a BBC.

Sua velocidade máxima é de 45 quilômetros por hora (25 nós). Ele pode navegar por 10.200 quilômetros.

A embarcação tem capacidade para transportar até 50 soldados e dois barcos infláveis. A tripulação tem entre 34 e 45 pessoas.

O navio é novo: sua construção foi encomendada em 2014. Em 2019 ele foi oficialmente integrado à frota da Marinha Real.

A embarcação já participou de missões no Mediterrâneo e no Golfo da Guiné. Também foi enviado ao Mar Negro para treinamentos com navios ucranianos.

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O navio foi projetado para missões que incluem o combate à pirataria, ao contrabando e ao terrorismo. Também patrulha fronteiras, oferece ajuda humanitária e diplomacia de defesa, segundo os britânicos.

Reação da Venezuela

Tensão com Maduro. O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, classificou o envio do navio como uma "provocação".

Um navio de guerra em águas a serem delimitadas? E então? E o compromisso com a boa vizinhança e a convivência pacífica? E o acordo de não ameaçar e usar a força mutuamente em nenhuma circunstância? Seguimos alertas a essas provocações que colocam em risco a paz e a estabilidade do Caribe e de nossa América!
Vladimir Padrino López, em publicação no X

A Venezuela reivindica a região de Essequibo há mais de um século. O território é rico em petróleo e recursos naturais. Em 1899, uma arbitragem internacional definiu as fronteiras atuais.

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Imagem: Arte/UOL
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No início de dezembro, o regime venezuelano fez um referendo a respeito da anexação de Essequibo. Segundo o governo, 96% dos cidadãos que votaram concordam com a incorporação do território.

A oposição acusa Maduro de reviver esse debate para distrair a população do processo eleitoral no país. O pleito presidencial deve ocorrer no segundo semestre de 2024.

Em dezembro, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, se reuniu com Maduro para discutir o tema. Os dois encerraram o encontro com um aperto de mão e se comprometeram a manter a paz na região.

David Rutley, chefe da diplomacia britânica nas Américas, fez uma visita à Guiana. O encontro, em 18 de dezembro, foi para manifestar apoio ao país.

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