'Um milhão de drones': o que esperar da guerra Rússia x Ucrânia em 2024?

A Rússia e a Ucrânia estão em guerra desde 24 de fevereiro de 2022, após as tropas de Moscou terem invadido o país vizinho. A tensão na região continua, e os governantes já deram pistas das estratégias que devem seguir no próximo ano.

Com base nas declarações dos presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Volodimir Zelensky (Ucrânia), veja o que podemos esperar em 2024.

Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymur Zelensky, em discurso na Assembleia-Geral da ONU
O presidente da Ucrânia, Volodymur Zelensky, em discurso na Assembleia-Geral da ONU Imagem: Reprodução

Zelensky atribuiu o fracasso da contraofensiva à falta de munições e de superioridade aérea. Duas carências que continuam afetando as forças ucranianas, quando o que surge é uma guerra de desgaste, com as forças russas novamente tomando a iniciativa em alguns pontos.

Precisamos de apoio, porque simplesmente não temos munições.
Volodimir Zelensky

"Um milhão de drones". Esse é o objetivo de Zelensky para amenizar a falta de munições no próximo ano. Neste ano, o país utilizou drones feitos pela australiana Sypaq que foram descritos como um sistema que "pode transportar uma variedade de cargas úteis para atender a diferentes requisitos operacionais."

O presidente disse acreditar que a ajuda continuará sendo enviada, especialmente dos EUA. Ele afirmou que acredita que o país "não trairá" a Ucrânia. No entanto, disse temer uma guinada em Washington caso Donald Trump retorne à Presidência após as eleições de novembro de 2024.

Se a política do próximo presidente (norte-americano), independente de quem seja, for diferente em relação à Ucrânia, ou seja, mais fria ou menos generosa, penso que isso teria um impacto muito forte no curso da guerra.
Volodimir Zelensky

Com a falta de soldados, o presidente cogita convocar "entre 450 mil e 500 mil pessoas adicionais" em 2024. No entanto, ele não revelou detalhes sobre como colocar o plano em prática.

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Para Zelensky, guerra não tem data para acabar. Ele pediu aos ucranianos que mantenham a "resiliência" e disse que o objetivo é recuperar o controle de todos os territórios ocupados pela Rússia no leste e sul do país, incluindo a Crimeia, anexada em 2014 por Moscou.

A estratégia não pode mudar.
Volodimir Zelensky

Negociações com Rússia estão descartadas. O presidente ucraniano afirmou que não vê um pedido de acordo.

Hoje não é pertinente. Não vejo que a Rússia esteja pedindo, não vejo em seus atos. E na retórica, eu vejo apenas insolência.

Rússia

Vladimir Putin, presidente da Rússia
Vladimir Putin, presidente da Rússia Imagem: Gavriil Grigorov - 30.out.2023/via Reuters
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Tropas ameaçadas, mas com novos planos. Putin admitiu que os ucranianos conseguiram estabelecer uma cabeça de ponte na margem sul do rio Dnieper. No entanto, ele afirmou que as tropas de Kiev estavam sendo "exterminadas" na área sob o fogo da artilharia de Moscou.

[As tropas russas estão] melhorando as posições em quase toda a linha de contato.
Vladimir Putin

Não haverá novas convocações para o Exército. Putin considerou que "não é necessária" uma nova convocação depois da realizada em setembro de 2022, que foi muito impopular. Segundo ele, o país conseguiu recrutar 486 mil voluntários para aumentar o número de soldados em 2023, um esforço que prosseguirá.

Mas há promessas de seguir reforçando as capacidades militares do Exército. O país tem a economia concentrada no esforço de guerra e pode ter recebido grandes quantidades de munições da Coreia do Norte.

Crença que apoio à Ucrânia seja desgastado. Putin, cuja reeleição em março é algo assegurado, também aposta na erosão do respaldo ocidental ao oponente, um tema que provoca divisões na Europa e nos Estados Unidos. Ele afirmou que o apoio político, diplomático, econômico e militar "poderia terminar", e de fato "parece que está acabando pouco a pouco".

Sem negociações. Putin reiterou que a paz será possível apenas quando Moscou alcançar seus objetivos: "a desnazificação da Ucrânia, sua desmilitarização e o status de neutralidade".

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Além disso, ele disse que Moscou e Kiev "estabeleceram" os critérios nas primeiras negociações em Istambul, no início do conflito, conversas que foram abandonadas em seguida.

Há outras possibilidades: alcançamos um acordo ou resolvemos o problema pela força. É o que vamos tentar fazer.
Vladimir Putin

Promessa de vitória aos russos. Putin disse que a Rússia acumulou bastante "margem de segurança para avançar". A sociedade russa está "fortemente consolidada" e a economia tem uma "reserva de força e estabilidade".

*Com informações da AFP

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