Argentinos fazem fila após ministra dizer que atenderia quem passa fome
Argentinos fizeram uma fila que alcançava 20 quarteirões em frente ao gabinete da ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, em Buenos Aires, após ela dizer, na última semana, que atenderia "pessoas que passam fome, uma por uma", em vez de intermediários e lideranças.
O que aconteceu
O movimento começou por volta das 9h desta segunda-feira (5). Segundo o jornal Clarín, a manifestação foi organizada pelo sindicato dos trabalhadores Utep (União de Trabalhadores e Trabalhadoras da Economia Popular, na sigla em espanhol).
Na fila, trabalhadores carregavam cartazes e bandeiras da Argentina. Em certo momento, clamavam, em coro, que "a pátria não se rende".
"Eu não convoquei o povo para ficar sob o sol, os líderes os convocaram", dissePettovello, em resposta ao movimento, segundo o Clarín.
Outro dia, ao vê-los na porta do ministério, desci para atendê-los devido a uma situação específica. Mas, desta vez, não vou recebê-los porque não os convoquei. São os dirigentes que usam as pessoas e as fazem ficar debaixo do sol
Sandra Pettovello, Ministra do Capital Humano
"A ministra jamais os convocou", disse também o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, em coletiva para a imprensa. "Ela jamais exporia as pessoas ao sol e calor por tanto tempo". Ele disse ainda que, na sexta-feira, Pettovello fez uma oferta espontânea de atender as pessoas individualmente.
A ministra assinou um acordo de assistência alimentar com a Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas da Argentina nesta segunda. Segundo a pasta, o valor gasto será de US$ 177,5 milhões (aproximadamente R$ 884,7 milhões).
A gestão informou que se trata de uma rede de cozinhas populares que presta assistência a crianças, idosos e pessoas com deficiência. "Nosso objetivo é eliminar a intermediação", comunicou o ministério.
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