'Má-fé e ofensa à memória': 3 maiores jornais do país criticam fala de Lula

Os três maiores jornais do país, Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo publicaram hoje editoriais com críticas à fala do presidente Lula, comparando as mortes causadas por Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto.

O que aconteceu

Folha destaca diferença de tom do petista para falar sobre Israel e morte de opositor russo que estava preso. "Foi flagrante, aliás, o contraste entre a leviandade das assertivas sobre Israel e a cautela reverente com que Lula, na mesma viagem internacional, tratou da morte de Alexei Navalni". Lula evitou apontar culpados e defendeu que é errado fazer um pré-julgamento sobre o que ocorreu antes de ouvir a palavra de legistas.

"Ao comparar Israel a nazistas, Lula agride a História", diz o texto de O Globo. O jornal destaca que a característica acolhedora do Brasil de receber imigrantes e refugiados deu à diplomacia uma posição de equilíbrio. "Atos e declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, põem em xeque esse equilíbrio, agridem os fatos e, no mínimo, sugerem que ele desconhece a História."

O Estadão classificou a fala do presidente como "vandalismo diplomático". "Ao dizer que a guerra de Israel contra os terroristas do Hamas se assemelha ao Holocausto, Lula, a um só tempo, vandalizou a História, a memória das vítimas da indústria da morte nazista e os interesses do Brasil", diz um trecho do texto.

O que dizem os editoriais

Para além da demonstração de plena ignorância sobre a história dos conflitos da humanidade, a banalização de temas como genocídio e o Holocausto, que prolifera na gritaria das redes sociais, não deveria fazer parte do repertório de um chefe de Estado. Folha de S.Paulo

Sejam suas declarações resultado de antissemitismo autêntico ou apenas de ignorância atroz, elas são incompatíveis com a atitude que se espera de um presidente da República e envergonham o Brasil. O Globo

O presidente Lula da Silva não precisou de mais do que um punhado de frases carregadas de ranço ideológico e antissemitismo para fazer do último domingo um dia infame na história da diplomacia brasileira. O Estado de S. Paulo

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