Na Colômbia, Lula e Petro devem tratar de Venezuela e Amazônia

Lula (PT) se reúne hoje com o presidente colombiano, Gustavo Petro, em Bogotá. Em discussão, estão as eleições na Venezuela, a Amazônia, acordos bilaterais e a invasão da embaixada mexicana no Equador.

O que aconteceu

A viagem é curta. Lula chegou à Colômbia ontem (15) à noite. Além de se encontrar com Petro, o presidente participa de um fórum econômico e de uma feira de livros. Volta ao Brasil no final da noite.

Esta é a segunda visita do petista à Colômbia neste mandato. Ele foi recebido por Petro em Letícia, cidade da Amazônia colombiana na fronteira com o Brasil, em julho do ano passado, para tratar sobre a diminuição do desmatamento na região. O colombiano também já veio mais de uma vez ao Brasil após assumir o cargo.

Eleitos no segundo semestre de 2022, os dois são aliados e costumam ter posições semelhantes na política internacional. Como Lula, Petro defende o fortalecimento do Mercosul e o incentivo ao desenvolvimento sustentável.

Eleições na Venezuela

Preocupação com as eleições na Venezuela. Apoiadores de Nicolás Maduro, os dois presidentes já se dispuseram a acompanhar o pleito, marcado para o fim de julho. Duas das principais opositoras de Maduro foram impedidas de participar da eleição, o que já acendeu um alerta no Itamaraty.

Lula tratou do caso publicamente. Após o impedimento de inscrição da oposicionista Corina Yoris, ele admitiu que a situação é "grave" e afirmou que o Brasil irá acompanhar a disputa de perto.

Petro foi da mesma opinião. Na semana passada, ele visitou pessoalmente a Venezuela e se comprometeu a ajudar no diálogo entre a oposição e o governo para garantir a integridade das eleições. Mas as principais opositoras não conseguiram se inscrever.

O candidato da oposição. A coalizão PUD (Plataforma Unitária Democrática) disse ter sido impedida de acessar o sistema para inscrever Corina Yoris, indicada por María Corina Machado. De última hora, outro nome da oposição (Manuel Rosales, ex-rival de Hugo Chávez) decidiu (e conseguiu) se inscrever para enfrentar Maduro nas urnas.

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O Itamaraty lançou uma nota em que questionou o impedimento e revoltou Maduro. "O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial", criticou o MRE. Em resposta, a Venezuela chamou o texto brasileiro de "intervencionista" e disse que "parecia ter sido ditado" pelos Estados Unidos.

Relação na Amazônia e livros

Petro e Lula devem tratar ainda sobre possibilidades de desenvolvimento sustentável na Amazônia. Com grande contingente populacional nos dois lados da Amazônia Legal, os dois países têm discutido como estimular as economias locais, ao mesmo tempo em que preocupa o combate ao desmatamento.

Também deverá ser assinado um memorando de combate ao tráfico humano. Com quase 1.650 km de extensão, a fronteira entre os dois países é quase toda cercada pela floresta, com pontos de tráfico de drogas e de pessoas.

À tarde, Lula vai ao Fórum Empresarial Brasil-Colômbia. O evento deve reunir 300 empresários das duas nacionalidades para debater as relações econômicas. Há cerca de 70 empresas brasileiras em solo colombiano.

Para fechar a visita, abre a Feira Internacional de Livros de Bogotá. Também participa a ministra da Cultura, Margareth Menezes. Esta é a maior feira literária do país. É esperado que o presidente faça uma fala rápida.

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