Conteúdo publicado há 25 dias

Polícia prende suspeito de envolvimento na morte da brasileira nos EUA

O suspeito de envolvimento na morte da brasileira Suzan Christian Barbosa, 42, foi preso e passou pela primeira audiência na Justiça dos Estados Unidos nesta sexta-feira (12).

O que aconteceu

Fareed George Hajjar, de 57 anos, foi detido na terça-feira (9). A brasileira foi encontrada morta sem roupas às margens de uma estrada de Northfield Township, no dia 30 de junho.

O suspeito ainda não foi acusado de ter assassinado a brasileira. Ele foi preso sob a acusação de tentar se desfazer do corpo da vítima. A investigação segue em andamento para entender as circunstâncias do crime. O Gabinete do Procurador do Condado de Washtenaw acusou Hajjar de ter mutilado e ocultado o corpo da brasileira.

Em audiência realizada nesta sexta-feira (12), o suspeito foi processado pelos dois crimes. O magistrado concedeu fiança de US$ 2 milhões em dinheiro para ele cumprir prisão temporariamente em casa. Caso pague o valor, ele poderá ser detido em casa, mas está proibido de deixar o estado de Michigan. O caso foi julgado no Tribunal Distrital de Washtenaw.

O magistrado James Cameron marcou a próxima audiência para o dia 25 de julho. As autoridades pedem que qualquer pessoa com informações sobre a morte de Suzan entre em contato com a polícia.

Irmã da brasileira diz que família ainda não sabe a causa da morte. Roberta Natiara Barbosa afirmou ao UOL que aguarda retorno da polícia dos Estados Unidos.

Como a polícia identificou o suspeito

  O caso foi julgado no Tribunal Distrital de Washtenaw
O caso foi julgado no Tribunal Distrital de Washtenaw Imagem: Reprodução/YouTube

A Procuradoria diz que Suzan foi vista com vida pela última vez entrando na casa de Fareed. Não há imagens que mostrem que ela saiu do local. "Ela nunca deixou a casa dele", disse a advogada Jessica Blanch, em audiência realizada hoje.

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Vídeos mostram que ele deixa o local de carro e dirige até onde o corpo dela foi encontrado. A polícia descobriu também que a localização do celular do suspeito indica que ele foi até o ponto exato onde o corpo foi achado.

A Procuradoria diz que o suspeito levou o corpo da cidade de Dearborn e o jogou na rodovia em Northfield Township. "Não apenas não relatou a morte dela, mas enquanto familiares e amigos tentavam descobrir o que aconteceu, ele lhes deu informações erradas e o corpo só foi descoberto cerca de uma semana depois que ele o escondeu", afirmou a advogada Jessica Blanch.

Por enquanto, o homem é suspeito de tentar encobrir a morte da brasileira. "Nossos policiais trabalharam 24 horas por dia para identificar, desenvolver uma pessoa suspeita e reunir evidências suficientes para apresentar o caso ao Ministério Público. Embora tenhamos obtido algumas acusações neste caso, este continua a ser um processo contínuo e muito investigação ativa", disse o comandante da polícia de Dearborn, Timothy McHale.

"Gostaríamos de agradecer à comunidade de Northfield por sua paciência ao iniciarmos esta investigação delicada com nossas agências parceiras, mantendo a integridade das evidências", disse o chefe de polícia de Northfield Township, Martin Smith.

Defesa diz que Fareed é pai solteiro de dois filhos e cuida da mãe, que tem de 87 anos. O advogado Raed Mourad também afirmou que o cliente trabalha há 26 anos na mesma empresa e não tem registro criminal.

Como o corpo foi encontrado

Corpo de Suzan Christian Barbosa Ferreira foi achado sete dias após ela desaparecer.

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Pedestres acionaram as autoridades após encontrarem um cadáver em um bueiro ao longo da Earhart Road em Northfield Township, no condado de Washtenaw. Os investigadores do Departamento de Polícia de Dearborn conseguiram rastrear a última localização conhecida da vítima até uma residência em Dearborn.

Familiares fazem vaquinha para tentar trazer corpo ao Brasil. Para arcar com os custos do traslado do corpo de Suzan, que era natural de Pedro Leopoldo (MG), a família tenta arrecadar R$ 100 mil.

"Morte cruel e abrupta", diz família. Em publicação no site de financiamento coletivo, a irmã de Suzan, Roberta Natiara Barbosa, afirmou que os custos da repatriação do corpo são altos e não podem ser pagos pela família para que um último adeus seja dado.

Itamaraty acompanha caso. Ao UOL, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que O Consulado-Geral do Brasil em Chicago foi acionado e está em contato com os familiares da brasileira.

'Dor que não sei explicar', diz mãe de brasileira achada morta nos EUA

Irene Maria Barbosa, mãe de Suzan, afirmou que ela e a filha eram como "irmãs".

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A mãe da brasileira não sabe explicar a dor que está sentindo. "É uma dor que eu não sei explicar. Nós duas éramos como duas irmãs, gente. Ela fazia muita coisa por mim. Quando eu estava doente, ela me levava para o médico. Era uma menina muito boa, coração muito bom, ajudava as pessoas, era muito querida", disse em entrevista à TV Globo em Minas Gerais.

Irene Maria Barbosa diz que filha "não merecia passar por isso". "Ela era uma guerreira", lamentou.

A vítima viajou para Miami em junho deste ano. Objetivo era alugar um galpão para expandir um negócio da família. A irmã dela atua na área de exportação de ferramentas.

Último contato com Suzan foi feito no dia 22 de junho. Ainda segundo Roberta, a irmã "estava muito alegre", embora cansada. Na ocasião, Suzan ainda conversou com a mãe Irene Maria Barbosa e a filha, uma adolescente de 15 anos.

Cunhado foi quem encontrou a notícia em um site dos EUA. Na noite de 2 de julho, o marido de Roberta achou uma notícia sobre uma mulher encontrada morta e resolveu tentar falar com o detetive mencionado no texto. No dia seguinte, o detetive retornou o contato e pediu um raio-x da arcada dentária de Suzan para compará-la à do cadáver, afirmou Roberta. A confirmação de que era sua irmã veio ainda no dia 3 de julho.

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