Conteúdo publicado há 4 meses

Trump vive dia de imperador romano em convenção republicana

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A imagem de um imperador romano, que da cabine VIP do Coliseu, vê os súditos que ousaram o desafiar, botando o rabinho entre as pernas e se dobrando em reverência. A cena foi projetada aqui na minha cabeça pelo New York Times, que descreveu mais ou menos assim a noite de ontem da convenção republicana. E foi mais ou menos isso mesmo.

Um a um, os republicanos que em algum momento de suas vidas sugeriram que Trump jamais deveria entrar no Salão Oval (ou pelo menos, voltar a entrar) estavam lá jurando fidelidade: Vivek Ramaswamy, o senador Ted Cruz do Texas, a ex-governadora Nikki Haley da Carolina do Sul, o governador Ron DeSantis da Flórida e Marco Rubio.

Ted Cruz, na convenção de 2016, sequer conseguiu citar o nome do Trump. Desta vez estava todo trabalhado nos agradecimentos ao senhor Todo-Poderoso que o salvou da morte no atentado de sábado. Pelo visto, daqui a pouco o Trump assume o papel de Todo-Poderoso.

Galera nem quer mais saber dos 34 crimes graves aos quais Trump foi condenado recentemente, nem se ele pagou ou pegou a atriz pornô enquanto Melania estava grávida, nem se ele quis acabar com a democracia no 6 de janeiro. A galera quer tomar o poder.

Golpes e cartinhas

Enquanto isso, os democratas estão se comendo vivos. Darling, maior treta. Vocês sabem que o Biden virou zumbi no debate e um monte de democratas começou a pedir que ele desistisse da campanha, né? Fizeram até planos de uma grande convenção com Michelle, Oprah e Taylor Swift, culminando com Biden, Obama e Bill Clinton anunciando o novo candidato.

Como todo mundo já notou, o Biden não quer largar o osso. A imprensa americana diz que ele simplesmente não escuta mais as 500 pessoas que trabalham na sua campanha, para ouvir, por exemplo, número das pesquisas e essas coisas. Biden só escuta o filho Hunter, que foi condenado outro dia por porte ilegal de armas, e pessoas ao seu redor que dizem que ele tem que continuar.

No meio desse contexto, surge a notícia de que eles estão armando um golpe. Ok, ninguém chamou de golpe, eu que estou chamando de golpe, mas veja como soa um golpe.

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O Comitê Nacional Democrata, comandado por um aliado de Biden, está querendo antecipar em quase um mês a nomeação oficial do presidente como candidato. A convenção democrata está prevista para meados de agosto e eles querem fazer uma votação virtual já agora em julho.

Ontem começou a rodar pelo Congresso americano, segundo os sites Axios e The Hill, uma cartinha com os seguintes dizeres:

"Solicitamos respeitosamente, mas enfaticamente, que você cancele quaisquer planos para uma 'chamada virtual' acelerada e se abstenha de quaisquer procedimentos extraordinários que possam ser percebidos como uma restrição ao debate legítimo."

A cartinha não foi mandada para ninguém do tal Comitê. Mas nem precisa, porque já foi enviada para a imprensa. O recado está dado.

(Só eu lembrei de uma cartinha enviada sem querer pelo zap por um vice-presidente e vazada pela imprensa?)

Se fosse o Irã?

A nova do atentado é a de que as agências de inteligência alertaram a campanha de Trump de que o Irã quer matar o ex-presidente. Sim, assim mesmo, na lata. O Trump andou matando um general do Irã quando ele era presidente. Pois bem, os tais inteligentes, teriam feito o alerta antes do comício em que de fato Trump sofreu um atentado. E que o Serviço Secreto tinha reforçado a segurança. Mas dizem que o atentado que de fato aconteceu não tem a ver com a ameaça do Irã.

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Deixa ver se entendi. Então, se o atentado fosse de fato o do Irã, eles estariam preparados? Mas como era de um qualquer que tava passando, eles não estavam preparados?

Nem o Todo-Poderoso salva essa.

Caos

E as primeiras pesquisas pós-atentado começam a sair e mostram que o americano está convicto de que vai dar ruim. Pesquisa Reuters/Ipsos diz que 84% dos eleitores estão preocupados que extremistas cometam atos de violência após a eleição. Em maio, esse percentual era de 74%.

A culpa é do Trump

No Morning Consult, uma pesquisa mostra que 3 em cada 5 eleitores dizem que a retórica política americana foi responsável pelo ambiente político que levou ao ataque.

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Mas o número mais surpreendente é esse: 38% dos eleitores consideram o próprio Trump culpado pela violência. Um percentual menor, 31%, dizem que a culpa é do Biden.

Mais pesquisa:

Essa a favor do Biden. A Fox5 divulgou pesquisa no estado da Georgia que mostra Biden e Trump quase empatados, mas a Kamala Harris com 10 pontos a menos do que Trump. Se os democratas quiserem mesmo trocar de candidato vão ter que fazer algo extremo. Deviam lançar Michelle, Oprah e Taylor. A chapa ia esquentar.

Mandato supremo

O Biden quer mudar o Supremo. Sim, darling. O Washington Post revelou que o presidente está finalizando planos para que grandes mudanças sejam feitas, inclusive uma proposta para estabelecer limites aos mandatos dos juízes. Já ouviu falar em algo assim? Já, né?

O próximo presidente dos Estados Unidos vai indicar uns 3 supremos. A casa já está conservadora com as nomeações feitas pelo Trump e lá a galera fica no Supremo até morrer.

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Darling do céu. Preciso fazer um ajuste na informação de ontem sobre a doação do Elon Musk. O número é aquele mesmo que noticiamos ontem: 45 milhões de dólares. Mas eu esqueci do complemento. São 45 milhões por mês. Isso. Por mês. O que significa quase uns 200 milhões no total. Isso, um bilhão no dinheiro do Brasil.

A propósito, o Vale do Silício inteiro está querendo doar dinheiros para Trump. E são eles que estão apoiando o novo vice do Trump, o tal DJ, digo, JD Vance. O povo startupeiro, que era todo ligado no Obama, agora quer o Trump e um dos motivos é porque não querem regulação da inteligência artificial do Biden, darling.

Já o Musk quer manter a Tesla viva mesmo.

Esquina dos Palpiteiros

Como estamos todos muito longe dos Estados Unidos, o que nos resta é dar palpite. O palpite de hoje é do Sidonio Palmeira, o publicitário que fez a última campanha de Lula. Ele disse para a TixaNews que só tem um jeito de Biden acabar com a imagem de zumbi daquele debate ruim. É arrasando em um novo debate. A chance disso acontecer? Pelo papo do Sidonio, bem pequena.

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