Conteúdo publicado há 1 mês

Trumpismo se sobrepõe às ideologias do Partido Republicano

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Um fenômeno curioso está acontecendo nas eleições americanas: não dá mais para saber quem é quem.

O vice de Trump diz que eles têm que esquecer Wall Street e pensar nos trabalhadores. Trump apoia o aborto. Um sindicalista discursou em uma convenção republicana pela primeira vez em 120 anos. E a conclusão em três dias de convenção é que o partido Republicano não é mais o partido Republicano e agora é o partido Maga.

Para os perdidos: Maga são as iniciais do slogan do Trump: Make America Great Again. Em vez de dizer Trumpismo, usa-se o Maga. E os Maga é vida Loka. FakeNews, fim da imprensa, as pesquisas são mentirosas, eleição fraudada, vacina é ruim, imigrantes são todos assassinos.

Do lado dos democratas, Biden tem dado uma de Trump em que vale tudo para não perder. Ele se nega a sair da disputa, ignora os detratores, bota dúvida sobre as pesquisas, critica a mídia. Os outros democratas parecem ser os republicanos de 2016: fingem estar tudo bem em público e pelas costas detonam o Biden. O resultado é que nos rincões das redes sociais os dems extremistas fortalecem o Blue Maga. Dems de Democratas, darling.

O que seria o Blue Maga? Blue é a cor dos dems e os Blue Maga são um bando de dems fanáticos todos trabalhados em teorias da conspiração como: o debate da CNN foi fraudado ou distorceram a voz de Biden para ele parecer acabado ou eles deram aquele enquadramento para fortalecer o Trump.

É o vale tudo das eleições.

Mas, porém, todavia, entretanto, contudo, Biden parece começar a dar sinais de que pelo menos agora está ouvindo sobre a possiblidade de desistir. Ou está sendo forçado a ouvir, né? É tanta gritaria.

Ele até disse em uma entrevista que foi divulgada ontem que poderia desistir da disputa se um médico dissesse que ele não tem mais condições. Uma mudança bem grande para quem bateu o pé na primeira entrevista pós-debate e disse que só sairia com uma intervenção do Todo-Poderoso em pessoa.

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A propósito, Biden está com Covid e os dems coveiros ficaram em polvorosa para enterrar a campanha dele de vez. Tixa, você é uma lagartixa muito maldosa. Nada, darling.

O fato é que a maioria dos Democratas está convicta de que Biden não tem chance nenhuma. E agora a Toda-Poderosa Nancy Pelosi parece que resolveu intervir. Ela é a ex-presidente da Câmara e considerada a pessoa que talvez Biden escutasse de verdade. E ela está dizendo para Biden que o perigo é real se ele continuar na disputa.

Ontem mesmo, um outro amigo de Pelosi e importante congressista democrata, Adam Schiff, pediu publicamente para Biden sair.

E tudo isso reforçado por uma pesquisa. Sim, tem pesquisa para tudo lá, darling. A pesquisa AP-NORC divulgada ontem e realizada entre os dias 11 e 15 de julho mostra que 70% dos americanos, incluindo quase metade dos democratas, dizem não estar confiantes na saúde mental de Biden para ser presidente. Em fevereiro, era apenas um terço dos democratas que acreditava nisso.

Além disso, a pesquisa mostra que apenas 37% dos democratas acreditam que Biden possa vencer Trump.

E por falar em pesquisa hoje botamos logo aí em cima o gráfico das casas de apostas. Essa sim é uma boca de jacaré que assusta. O pessoal está apostando forte que Trump vai vencer. E não tem nem pra Biden, nem pra Harris, nem para Michelle Obama.

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Fora, Wall Street

E a convenção republicana termina hoje com o tão aguardado discurso de Trump. Ele vai unir? Desunir? Que Trump vai surgir do pós-atentado. Ontem, no terceiro dia de convenção as plaquinhas de deportação em massa tomaram conta do recinto e se misturaram com o discurso pró-trabalhadores do DJ Vance, digo, JD Vance.

Não tem ponto sem nó na campanha republicana, darling. Vance defende a deportação em massa para dar lugar aos trabalhadores americanos e defende que os empresários paguem salários mais altos. "Não atenderemos Wall Street", disse ele.

O vice escolhido por Trump tem 39 anos, era anti-Trump mas agora é mais Maga que o Trump, virou senador há dois anos, antes era só um cara do Vale do Silício trabalhando em uma firma de capital de risco. Mas o que fez os olhos de Trump brilharem (ou seria dos estrategistas da campanha) é seu passado como trabalhador humilde de Ohio.

E Vance deu a dica nos votos de quem a campanha está de olho.

"Prometo mais uma coisa a vocês, ao povo de Middletown, Ohio, e a todas as comunidades esquecidas em Michigan, Wisconsin, Pensilvânia e Ohio... Serei um vice-presidente que nunca se esquece de onde veio."

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E não deixe de voltar aqui amanhã para saber tudo do discurso do Trump.

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