Israel invade o Líbano pela primeira vez desde 2008
Esta é a newsletter De Olho no Mundo. Inscreva-se gratuitamente para receber no seu email de segunda a sexta. Conheça as demais newsletters do UOL. São cerca de 20 opções sobre os mais variados assuntos para a sua escolha.
********
Israel anunciou que suas tropas cruzaram a fronteira com o Líbano no que diz ser uma operação limitada contra alvos do Hezbollah no sul do país vizinho. É a primeira vez que Israel invade o Líbano desde 2008.
O Exército de Israel disse que uma divisão, normalmente composta por cerca de 10 mil soldados, está realizando "ataques limitados, localizados e direcionados" ao longo da fronteira. Não há informações sobre quantos soldados teriam entrado em território libanês.
Um oficial israelense disse à BBC que a operação ocorre a uma distância da fronteira que pode ser percorrida a pé. O Hezbollah, porém, nega que soldados israelenses tenham cruzado a fronteira.
Israel também ordenou a evacuação da população de vilarejos na área. Segundo o New York Times, essas comunidades são, em sua maioria, cristãs e não sofrem tanta influência do Hezbollah como outras regiões do sul do Líbano.
Além da incursão por terra, Israel continua bombardeando a capital, Beirute. Segundo o governo libanês, mais de mil civis já foram mortos por Israel.
Escalada regional
O confronto iniciado pelo conflito entre Israel e Hamas, após o ataque do grupo palestino de 7 de outubro, continua se expandindo pela região. Israel atacou hoje a capital da Síria, cujo governo tem laços com Irã, Hamas e Hezbollah. Segundo o governo sírio, três civis foram mortos.
Ainda nesta terça, os houthis, do Iêmen, afirmaram ter lançado um ataque de drones contra instalações militares na região de Tel Aviv. Não há relatos de danos. Ontem, Joe Biden disse que os EUA vão enviar ainda mais tropas para a região.
Posse no México
Claudia Sheinbaum toma posse hoje como a primeira mulher presidente do México. A ex-prefeita da Cidade do México substitui Andrés Manuel López Obrador, de quem é uma aliada próxima.
O final do governo de López Obrador foi marcado por medidas que visavam reforçar o poder de seu partido, o Movimento de Regeneração Nacional (Morena), incluindo uma reforma do Judiciário que resultará na troca de todos os juízes do país.
Sheinbaum, porém, toma posse em meio uma crise econômica, com desvalorização do peso, desaceleração do crescimento e aumento do déficit público. O país também enfrenta a expansão do poder dos cartéis de drogas, que já controlam virtualmente um terço do território. O presidente Lula acompanha a posse.
Debate nos EUA
Os candidatos a vice-presidente fazem, na noite desta terça-feira, o último debate da campanha presidencial nos EUA. O democrata Tim Walz e o republicano JD Vance se enfrentam às 22h (horário de Brasília). O evento terá 90 minutos com um intervalo de dois minutos e será realizado pela rede de TV CBS.
Newsletter
DE OLHO NO MUNDO
Os principais acontecimentos internacionais e uma curadoria do melhor da imprensa mundial, de segunda a sexta no seu email.
Quero receberWalz viralizou antes mesmo de ser escolhido candidato a vice quando chamou Trump e Vance de "gente esquisita". Vance tem atacado o democrata, dizendo que ele mente sobre sua ficha militar.
Os telespectadores que assistirem ao debate na CBS terão acesso à checagem sobre a veracidade das falas dos candidatos em tempo real, por meio de um QR code que será exibido na tela.
Inflação cai na Europa
A inflação da zona do Euro ficou abaixo da meta de 2%. Em setembro, o índice de preços no continente fechou em 1,8%, o menor nível desde junho de 2021. O recuo foi puxado pela queda dos preços da energia, inflacionados desde o início da guerra da Ucrânia.
O resultado deve reforçar a pressão sobre o Banco Central Europeu pela queda da taxa de juros, que já foi reduzida duas vezes neste ano.
Nos EUA, por outro lado, declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, esfriaram a expectativa de redução de meio ponto percentual nos juros na próxima reunião da autoridade monetária. O mercado aposta agora em uma queda de apenas 0,25 ponto.
Rainha com câncer
Em seu livro de memórias, Boris Johnson, ex-primeiro ministro britânico, diz que a rainha Elizabeth II sofria de "alguma forma de câncer nos ossos" pouco antes de morrer. A causa da morte da rainha nunca foi divulgada. A certidão de óbito menciona apenas "velhice".
No livro que será lançado no mês que vem, Johnson diz que, em seu último encontro com Elizabeth, ela "estava pálida e mais curvada, e tinha hematomas nas mãos e pulsos, provavelmente de acessos ou injeções".
Johnson também revela que Macron foi um "verdadeiro incômodo" e fez de tudo para punir a Grã-Bretanha por deixar a União Europeia.
Deu no New York Times
Após semana calma, eleição nos EUA apresenta quadro mais claro. Segundo o analista-chefe de política da publicação, Nate Cohn, as pesquisas mostram uma situação estável e uma disputa apertada. Na média das pesquisas acompanhadas pelo jornal, Kamala Harris lidera com três pontos de vantagem, embora haja empates técnicos em quase todos os sete estados decisivos.
No artigo, Cohn faz uma projeção do que seriam os resultados se as pesquisas nesses estados estivessem "erradas" pela mesma margem observadas nas duas últimas eleições. Aplicando a mesma margem observada na eleição (legislativa) de 2022, Kamala Harris conquistaria 303 delegados contra 235 de Donald Trump. Com a margem da eleição presidencial de 2020, o quadro seria diferente, e Trump venceria com 312 delegados contra 226 de Kamala. Leia mais.
Deixe seu comentário