Delegado da PF substituído após atribuir crimes a Salles ganha apoio de colegas
O delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, ex-superintendente da corporação no Amazonas que foi substituído após enviar ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, recebeu apoio de seus pares por sua "dedicação e excelência" à frente da unidade.
O delegado publicou ontem (24), em seu perfil no Twitter, uma foto da placa que recebeu do efetivo da PF no Amazonas e afirmou: "Honra maior não existe".
"Demonstrou coragem, atitude e profissionalismo, desde os trabalhos mais simples às mais complexas operações, sendo reconhecido por seu brilhante trabalho em defesa da Amazônia e da Polícia Federal, colocando esta Superintendência em destaque nacional e internacional", registrou a homenagem.
Saraiva foi substituído no comando da PF no Amazonas pelo delegado Leandro Almada, que já atuou como seu número 2 e foi responsável pelo grupo de investigações ambientais sensíveis na superintendência.
A troca no comando da unidade foi confirmada um dia após Saraiva enviar ao STF notícia-crime contra Salles, por obstrução de investigação ambiental, advocacia administrativa e organização criminosa. A justificativa era de que o delegado já havia sido sondado sobre a mudança.
Ao Estadão, o delegado afirmou que recebeu a ligação de um "amigo" sobre uma audiência. Saraiva diz que "não foi comunicado antes" sobre sua saída do comando: "Só tem duas formas de me comunicar oficialmente —ou meu chefe me liga, pelo principio da hierarquia, que é o diretor-geral, ou publicação no Diário Oficial".
Saraiva passou quatro anos na chefia da PF no Amazonas. Em 2019, o delegado foi o pivô da primeira crise entre o ex-ministro da Justiça Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em 2019.
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