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Relatório do governo contradiz Trump: "Aquecimento global castigará EUA"

Camada de poluição encobre a cidade de Los Angeles, região oeste dos Estados Unidos - Lucy Nicholson/Reuters
Camada de poluição encobre a cidade de Los Angeles, região oeste dos Estados Unidos Imagem: Lucy Nicholson/Reuters

25/11/2018 09h31

Na contramão da política do presidente americano, documento elaborado por 13 agências federais confirma mudança climática e prevê consequências drásticas, do meio ambiente à economia e saúde. A mudança climática global trará caos ao meio ambiente natural, economia e saúde pública nos Estados Unidos, a menos que haja mais empenho em reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2), adverte um relatório do governo americano divulgado nesta sexta-feira (23).

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"Sem mitigação global substancial e sustentada, e esforços regionais de adaptação, a expectativa é que a mudança climática vá causar perdas crescentes para a infraestrutura e propriedades americanas, e comprometer a taxa de crescimento econômico no século atual", consta da 4ª Avaliação Nacional do Clima.


O documento encomendado pelo Congresso inclui pareceres de 13 agências federais. Ele detalha como as temperaturas ascendentes vão ameaçar os campos agrícolas mais baixos, elevar a probabilidade de inundações e incêndios florestais, entravar a produção de energia e aumentar a incidência de doenças tropicais no país. Ainda assim, ação governamental imediata poderia abrandar os impactos mais extremos.


Trump incorrigível

O relatório contradiz as opiniões do presidente Donald Trump, que tem repetidamente negado a mudança climática como sendo um trote dos chineses. Em 2017 ele retirou os EUA do Acordo do Clima de Paris, um esforço internacional conjunto para combater a elevação das temperaturas globais.

Na própria sexta-feira, em reação às temperaturas glaciais em algumas partes do país, o bilionário nova-iorquino escreveu no Twitter: "O que foi que aconteceu com o Aquecimento Global?"

A porta-voz da Casa Branca Lindsay Walters minimizou as constatações do relatório, afirmando esboçarem um "cenário extremo", sobre a falsa premissa de um acúmulo de inovação tecnológica e rápido crescimento demográfico no futuro próximo.

Por sua vez, grupos ambientalistas saudaram o relatório oficial. Abigail Dillen, presidente da Earthjustice, comentou à agência de notícias Reuters que ele evidenciava que "a mudança climática é real, está acontecendo aqui e está acontecendo agora".

A Agência Ambiental Europeia previu efeitos semelhantes do aquecimento global para a Europa. Segundo um relatório de 2017, temperaturas crescentes podem provocar maciço colapso econômico e incremento na frequência de secas, incêndios florestais e enchentes por todo o continente.