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Ministro diz que ciência é caminho para resolver problema da sustentabilidade, mas não aponta direção a ser seguida

Lilian Ferreira

Do UOL. no Rio

15/06/2012 15h09Atualizada em 16/06/2012 11h37

Em fórum para cientistas e acadêmicos na PUC-Rio, evento paralelo da Rio+20, o ministro da Ciência e Tecnologia do Brasil, Marco Antonio Raupp, afirmou que só a ciência pode indicar o caminho a longo prazo que o mundo precisa. Mas não indicou como o conhecimento pode ser aplicado na prática do dia a dia de políticas públicas.

O ministro fez um resumo das discussões ocorridas durante toda a semana, validando conclusões que devem orientar políticas públicas para o desenvolvimento sustentável. Em praticamente todas elas um ponto se repete: respeitar as diferenças entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Esta é uma questão chave em negociações da ONU, mas que pode cair na Rio+20. O princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas” foi estabelecido na Rio92 e indica que todos os países devem contribuir em prol do ambiente, mas com pesos diferentes. Isso porque foi o desenvolvimento dos países ricos que causou os problemas ambientais atuais, então eles devem arcar com maior custo e promover o crescimento limpo dos países mais pobres.

Os EUA e outros países desenvolvidos barram (com colchetes), todas as partes do documento da Rio+20 que cita o princípio. Para eles, esta divisão do mundo não é mais válida, já que países como Brasil e China estão entre as maiores economias do mundo, enquanto a Europa passa por uma das maiores crises de sua história.

Mas a ciência traz uma visão deslocada da economia, mostrando que condições sociais e ambientais dos países em desenvolvimento ainda são mais precárias do que nos países ricos. Um exemplo é a diferença na faixa etária da população. Este dado deve ser considerado ao se planejarem ações para o desenvolvimento sustentável e o bem estar da população.

Outros pontos destacados foram que a ciência deve equacionar a redução da dependência do carbono com uma melhor distribuição da produção, alterando padrões de consumo; deve contribuir para assegurar que os 9 bilhões de habitantes do planeta em 2050 tenham acesso a água e alimento, respeitando o desenvolvimento dos países e mudar os paradigmas atuais para o desenvolvimento sustentável.