Topo

Compromissos do Protocolo de Kyoto estão ameaçados após fim do tratado climático

22/11/2012 17h41

Há 15 anos, o medo da mudança climática produzida pelo homem foi o suficiente para convencer a maior parte do mundo industrializado a fazer parte de um tratado que continha falhas, mas ao menos pareceu consolidar o princípio de que os gases de efeito estufa precisam ser cortados.

Agora, no entanto, com os níveis desses gases muito mais elevados e a mudança climática mais evidente com os climas extremos, a desaceleração econômica e os desentendimentos sobre quem deve pagar a conta praticamente mataram qualquer chance de uma ampliação significativa do Protocolo de Kyoto, documento que expira no fim deste ano.

Quase 200 países vão se reunir em Doha, no Catar, entre 26 de novembro e 7 de dezembro para ao menos tentar fazer isso. Mas Rússia, Japão e Canadá, grandes economias que assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997, já disseram que não vão se comprometer com cortes nas emissões para depois de 31 de dezembro.

As economias em desenvolvimento da Índia e da China, atualmente a maior emissora mundial de gases como dióxido de carbono a partir de combustíveis fósseis que retêm o calor do sol, não foram obrigadas a cortar as emissões sob o processo de Kyoto.

Os ativistas, porém, afirmam que a não prorrogação do Protocolo de Kyoto também dará a Doha um desafio muito maior: trabalhar em um tratado totalmente novo para limitar as emissões de todos os países, incluindo aqueles em desenvolvimento. O novo texto deve ser aprovado até 2015 e entrar em vigor a partir de 2020.

Preocupações

Enquanto isso, a mudança climática provocada pelo homem está mais visível do que nunca. O gelo do Mar Ártico reduziu em setembro a seu menor nível registrado, e ondas de extremo calor e secas atingem Estados Unidos e Rússia com mais frequência do que seria esperado pelos níveis históricos, informou relatório do Banco Mundial na semana passada. 

Além disso, os níveis de gases estufa atingiram um novo recorde no ano passado, apesar da crise econômica mundial.  Mesmo que todos os países cumpram os compromissos existentes, o mundo esquentará mais de 3 graus Celsius até 2100, mais do que os 2 graus que os países dizem ser o limite, superando o aumento de 0,8 grau registrado desde 1900.