Dilma manda Itamaraty encontrar solução para brasileira presa na Rússia
A presidente Dilma Rousseff determinou ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), nesta quinta-feira (10), que dê toda assistência à bióloga gaúcha Ana Paula Maciel. A brasileira e outras 29 pessoas estão em um centro de detenção na cidade de Murmansk, na Rússia, desde 24 de setembro, sob acusação de pirataria após um protesto do grupo Greenpeace contra a exploração de petróleo no Ártico.
“Solicitei ao ministro Figueiredo contato de alto nível com o governo russo para encontrar solução para Ana Paula”, postou a presidente em sua conta no Twitter.
Também pelo microblog, o Itamaraty disse que o MRE vem acompanhando o caso da detenção da brasileira desde interceptação do barco em 19 de setembro e que a embaixada do Brasil em Moscou está facilitando contato da ativista com sua família no Brasil.
A bióloga escreveu duas cartas sobre seus dias de cárcere na Rússia para a família. Nos textos dos dias 27 de setembro e 2 de outubro, ela conta que está bem, em uma cela sozinha e que passa seus dias vendo televisão.
O ministério afirmou que a embaixada brasileira enviou a chefe do setor consular para a cidade onde Maciel está presa, entre os dias 24 e 27 de setembro, e que a diplomata visitou a ativista ainda no navio da ONG ambientalista. "A intervenção da diplomata brasileira permitiu que os advogados acompanhassem os depoimentos", diz o MRE em nota.
Ainda segundo a nota, em atendimento à solicitação dos advogados de Maciel, a embaixada brasileira foi instruída a assinar uma "carta de garantia", que deverá contribuir para o encaminhamento positivo do caso.
A Justiça russa indiciou Ana Paula, 27 ativistas do Greenpeace e dois jornalistas por pirataria depois de participarem de uma ação contra uma plataforma de petróleo da gigante russa Gazprom no Ártico - e determinou prisão temporária do grupo por 60 dias. Se condenados, cada um poderá cumprir pena entre 10 e 15 anos de prisão, além de pagar multa de até 500 mil rublos (cerca de R$ 33 mil).
No protesto, um navio do Greenpeace se aproximou de uma plataforma de petróleo pertencente à estatal russa Gazprom e dois ativistas tentaram escalar a unidade de perfuração. A ONG diz que o protesto foi pacífico e rechaçou as acusações de pirataria como absurdas e infundadas.
No começo de outubro, um tribunal russo negou o direito à fiança a três das 30 pessoas presas. Depois disso, o diretor do Greenpeace, Kumi Naidoo, enviou uma carta para o presidente russo, Vladimir Putin, se oferecendo como garantia para libertação dos ativistas.
A Holanda deu início a procedimentos legais contra a Rússia na semana passada, alegando a ilegalidade da detenção dos ativistas a bordo do navio do Greenpeace Arctic Sunrise, de bandeira holandesa.
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