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Bolsonaro sobre Noruega: "Não é aquela que mata baleia e explora petróleo?"

O presidente Jair Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto - Adriano Machado/Reuters
O presidente Jair Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto Imagem: Adriano Machado/Reuters

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

15/08/2019 17h36

Em reação à suspensão de repasses para o Fundo Amazônia pela Noruega, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) perguntou se o país não é aquele que mata baleias e explora petróleo. Segundo ele, tanto a Noruega e a Alemanha não têm o que oferecer ao Brasil.

"A Noruega não é aquela que mata baleia lá em cima, no Polo Norte, não? Que explora petróleo também lá? Não tem nada a oferecer para nós. Pega a grana e ajuda a [chanceler alemã] Angela Merkel a reflorestar a Alemanha", declarou.

O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, anunciou hoje o congelamento de novos repasses ao Fundo Amazônia, reserva de capital estrangeiro gerida pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) destinada a ações de preservação ambiental e combate ao desmatamento.

Segundo informações do jornal "Dagens Næringsliv", o valor bloqueado é de 300 milhões de coroas norueguesas, o equivalente a R$ 134 milhões.

A decisão do governo norueguês ocorre porque o ministério do Meio Ambiente brasileiro decidiu reformular a gestão do fundo e extinguir o Cofa (Comitê Orientador do Fundo Amazônia), criado com o objetivo de estabelecer os critérios para aplicação dos recursos na região amazônica.

Questionado se as suspensões de verbas podem afetar a imagem do Brasil negativamente no exterior, o presidente respondeu que a imagem "péssima" que o Brasil tinha era "subserviência a essas potências" e que os demais não estão de olho na preservação da Amazônia, mas em sua soberania e riqueza.

"Nós na Amazônia temos coisas que o mundo não tem mais e o pessoal está de olho nisso", disse, ao acrescentar ficar surpreso com o anúncio da Alemanha na semana passada. "Como se o país fosse algum exemplo para o mundo na questão de preservação ambiental bem como na geração de energia limpa", completou.

Bolsonaro relatou que, quando na reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, no início do ano, conversou com o político e ambientalista norte-americano Al Gore sobre a Amazônia e reforçou o desconhecimento dele perante o assunto, ao seu ver.

"Uma grande autoridade meter o bedelho em outros países. E eu respondi-lhe: Adoro o povo americano, gosto do governo americano, mas vossa senhoria não entende nada de Amazonas", falou.

Segundo o presidente, "não tem prazer maior do que você chegar na reunião do G20, representando o seu país sem dever nada para ninguém". Ele ainda defendeu que o Brasil tem de brigar para a Amazônia ser nossa e que se está perdendo "a guerra da informação".