Governo autoriza 63 agrotóxicos; total de registros em 2019 chega a 325
O Ministério da Agricultura registrou hoje mais 63 agrotóxicos. Desse total, sete são defensivos novos e 56 produtos genéricos, ou seja, com base em ingredientes ativos que já estavam presentes em outros produtos existentes no mercado.
As autorizações foram publicadas no Diário Oficial da União.
Com a publicação de hoje, chega a 325 o número total de agrotóxicos registrados em 2019 — no mesmo período do ano passado, foram 309 registros.
Do total de produtos registrados em 2019, 185 são produtos técnicos, ou seja, destinados exclusivamente para o uso industrial. Outros 140 são produtos formulados, ou seja, aqueles que já estão prontos para serem adquiridos pelos produtores rurais mediante a recomendação de um engenheiro agrônomo. Destes, 14 são produtos biológicos e/ou orgânicos.
Substâncias novas
Entre as novidades desta autorização de hoje, estão produtos à base de fluopriram, usado no combate aos nematoides e fungos. Segundo o ministério da Agricultura, o produto estava há 10 anos na fila esperando a análise do pleito de registro.
Também foi registrado o produto técnico (para uso industrial) à base do ingrediente ativo Dinotefuram, que, segundo o ministério, futuramente poderá ser usado nas lavouras para combate a insetos sugadores como percevejos e mosca branca. Os produtos formulados a base deste ingrediente ativo terão restrições quanto a dose máxima permitida e proibição de uso no período de floração dos cultivos.
'Desburocratização'
Segundo o governo, a maior velocidade na liberação de agrotóxicos se deve a medidas de desburocratização que foram adotadas nos últimos anos.
O objetivo, segundo o ministério, é "aprovar novas moléculas, menos tóxicas e mais ambientalmente corretas, e assim substituir os produtos antigos, além da liberação de produtos genéricos".
Ambientalistas, no entanto, criticam as medidas. Eles se preocupam que o Projeto de Lei 6.299/2002, designado "PL do Veneno", ainda não aprovado, já esteja influenciando a aprovação de novos agrotóxicos.
O projeto prevê, entre outros pontos, que o Ministério da Agricultura tenha a palavra final na liberação dos agrotóxicos e tira poder dos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente nas análises.
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