Óleo atinge BA e contamina os 9 estados do Nordeste; SE tem maior mancha
Uma mancha densa e extensa de óleo surgiu hoje no mar da praia dos Artistas, no bairro de Coroa do Meio, em Aracaju (SE), e a praia foi interditada devido à presença do material, que é tóxico. Segundo a Adema (Administração Estadual do Meio Ambiente), esta é a maior concentração da substância já encontrada nos nove estados nordestinos afetados pelo derramamento de petróleo cru desde o mês passado.
O óleo também atingiu três praias no norte da Bahia, único estado do Nordeste que não havia observado registros de contaminação.
Manchas oleosas vêm poluindo as praias do nordeste há um mês, e as autoridades não sabem quem causou o desastre ambiental, nem a origem do óleo. A Petrobras afirma que o material se trata de petróleo cru e que não é compatível com substratos extraídos no Brasil. As primeiras manchas surgiram no litoral de Pernambuco, no início de setembro.
Uma nota técnica atualizada ontem pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) - e, portanto, ainda sem os dados da Bahia - apontava que já eram 59 os municípios e 124 as praias oleadas. Oficialmente, segundo a lista do Ibama, 12 animais marinhos foram encontrados oleados no Nordeste.
Segundo o projeto Tamar, pelo menos três localidades da Bahia estão afetadas com o petróleo: as praias de Mangue Seco e Coqueiro, no município de Jandaíra, e Siribinha, no município de Conde, todos ao norte do estado.
Ainda não se sabe a extensão das áreas afetadas na Bahia. O instituto disse ao UOL que equipes do órgão estão em campo percorrendo os locais afetados e até o final do dia atualizará o número de locais afetados com o petróleo.
Aracaju
Vídeos enviados ao UOL mostram uma mancha extensa, de cor preta e densa na praia dos Artistas, no bairro Coroa do Meio, Aracaju. Nas imagens, o material aparece flutuando na água e grudando nas pedras de contenção do mar.
Uma força-tarefa com órgãos ambientais em Coroa do Meio tenta retirar o material do mar e da areia da praia.
"Embora, a responsabilidade do mar seja do Ibama, a areia é de responsabilidade da Superintendência de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente, da Adema, e para realizar a retirada do material do mar e a limpeza da praia foi necessária a interdição", disse a Adema, destacando que a preocupação, no momento, é tentar retirar o máximo possível do material, não só da água como também da areia.
O diretor-presidente da Adema, Gilvan Dias, informou que as praias onde foram encontradas manchas de petróleo foram isoladas para preservar a saúde de banhistas e facilitar a retirada da substância do mar e da praia.
O órgão está analisando a qualidade da água e deverá informar a lista de balneabilidade das praias neste sábado. Até então, a recomendação é que frequentadores evitem entrar no mar.
"As equipes trabalham sob regime de plantão para fazer a coleta da água e amanhã teremos o resultado da balneabilidade, mas hoje elas ficarão interditadas para que as equipes possam fazer o trabalho no que se refere a esses impactos", disse Dias.
Técnicos do órgão estão percorrendo todo o litoral do estado para avaliar os estragos do óleo causados na costa. As primeiras manchas em Sergipe surgiram no dia 24 de setembro e, desde então, a Adema vem monitorando as áreas afetadas junto com o Ibama.
Duas equipes estão percorrendo o litoral Sul de Sergipe, da praia da Coroa do Meio, em Aracaju, até a Praia do Saco, em Estância e, a terceira está no trecho do litoral Norte, da Praia da Costa, na Barra dos Coqueiros, até o município de Pirambu.
O trabalho está sendo realizado em conjunto pela Adema, Petrobras, Marinha, Ibama, prefeitura de Aracaju, Deso (Companhia de Saneamento de Sergipe), secretaria de estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade e Defesa Civil.
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