Ativistas jogam tinta preta no Palácio do Planalto contra vazamento de óleo
Resumo da notícia
- Defensores do meio ambiente reclamam da lentidão do governo em conter o óleo
- Praias do Nordeste têm aparecido contaminadas desde o final de agosto
- Ministério ataca ONGs e diz que "depredam patrimônio público"
Ativistas ambientais do Greenpeace jogaram tinta preta na entrada do Palácio do Planalto em alusão à contaminação de óleo no litoral do Nordeste.
Os manifestantes se vestiram de preto, levantaram cartazes com críticas à "lentidão" das ações governamentais para conter ou descobrir as razões para o desastre ambiental.
Eles também levaram réplicas de barris de petróleo e os posicionaram em frente ao prédio da Presidência da República. Os ativistas simularam uma praia ao espalharem areia sobre uma lona azul, onde despejaram o líquido, uma mistura de óleo e tinta.
Segundo o Greenpeace, alguns dos ativistas acabaram detidos durante a manifestação. Eles foram levados para o 5º DP da capital federal para averiguação. Após algumas horas, eles foram liberados e ainda não há acusações formais. "O protesto pacífico é um direito garantido na Constituição e não configura crime", afirma a entidade por meio de nota. "A madeira utilizada no protesto foi trazida da Amazônia legal e o óleo foi feito de maisena, água, óleo de amêndoas e corante líquido preto, e não é permanente."
Durante a ação, eles exibiram faixas como "um governo contra o meio ambiente", "Brasil manchado de óleo" e "Pátria queimada, Brasil".
"Em vez de focar na resolução do problema com eficiência, o presidente Jair Bolsonaro viajou para o exterior enquanto o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tenta mascarar a sua inação desviando a atenção do problema e jogando a responsabilidade para a população e organizações não governamentais", afirmou Thiago Almeida, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
Mais uma vez, o governo mente sobre a atuação de ONGs, como vimos nas queimadas na Amazônia, como forma de desviar a atenção da sua própria falta de ação e incompetência
Thiago Almeida, do Greenpeace
Desde o final de agosto, as manchas de petróleo atingem a região Nordeste. Segundo o Greenpeace, a ONG vem ajudando a limpar as praias e documentando os locais atingidos. "Um papel que deveria ser do governo, mas que, por completa falta de competência, pouco fez de efetivo", afirmam em nota.
"Desde que tomou posse, o governo Bolsonaro tem esvaziado e enfraquecido órgãos de proteção e fiscalização ambiental, ameaçando rever Unidades de Conservação e abrir terras indígenas para interesses econômicos", afirma Cristiane Mazzetti, da campanha de Florestas do Greenpeace Brasil. "O presidente fez inúmeros discursos que encorajam o crime ambiental. Agora, estamos vendo o resultado desta política."
Em nota, o Ministério do Meio Ambiente denuncia "depredação do patrimônio". "Não bastasse não ajudar no esforço de limpeza das praias, o Greenpeace ainda depreda patrimônio público", diz.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.