Marinha monta "plano de guerra" contra possível chegada de óleo a Abrolhos
Resumo da notícia
- Nove navios serão deslocados para o sul da Bahia
- Dano por óleo seria desastroso no ecossistema de Abrolhos
- Monitoramento abrange área equivalente a Sergipe
A Marinha informou hoje que colocou em prática uma verdadeira estratégia de guerra para conter a possível chegada de óleo ao arquipélago de Abrolhos.
Ao todo, nove navios serão deslocados para monitorar de forma permanente 22 mil km² no arquipélago —área equivalente ao estado de Sergipe. Além disso, também serão acionados barcos que passam pelo local.
Até ontem havia apenas duas embarcações monitorando a região. Outras três já chegaram ou chegam ainda hoje. Outras quatro chegam até a sexta-feira (1º).
Abrolhos é uma das áreas marinhas mais importantes do país. Para especialistas, o óleo poderia causar um dano gigante ao ecossistema.
Segundo o órgão, a intenção é "ampliar a cobertura para a visualização de manchas na água e o seu recolhimento, caso detectadas". Entre as embarcações destinadas ao monitoramento, estão um navio-varredor, navios oceanográfico, hidrográfico e pesquisador, além de fragatas e uma corveta.
O GAA (Grupo de Avaliação e Acompanhamento) —formado por Marinha, ANP (Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)— informou que está "observada a tendência de deslocamento de vestígios de substâncias oleosas em direção ao sul da Bahia", por isso "está sendo intensificado o monitoramento na área do entorno do Arquipélago de Abrolhos, deslocando mais meios em direção ao sul da Bahia".
Apelo a navegantes
Além do aparato oficial, o GAA informou que fará uma mobilização de barcos pesqueiros e embarcações em trânsito na região. Eles serão orientados pelo canal de rádio nas proximidades do arquipélago, em português e em inglês. "Todas as embarcações navegando nas proximidades do Arquipélago de Abrolhos, solicita-se informar o avistamento de manchas de óleo no mar, registrando a sua posição, data e hora do avistamento, para a autoridade marítima na área, pelos telefones 185 ou 71 3507-3730 ou email mrccsalvador@marinha.mil.br", diz o texto.
Hoje pela manhã, militares e técnicos do Ibama sobrevoaram a região em uma aeronave da Petrobras. O resultado encontrado no sobrevoo não foi informado.
O Ibama está mantendo o monitoramento por satélite na região sul da Bahia. "Diariamente, equipes de militares monitoram a área costeira, por terra, em coordenação com órgãos ambientais e prefeituras da região, participando da limpeza de resíduos porventura encontrados nas praias", diz o texto.
Mais cedo, Marinha e Ibama afirmaram que fizeram uma investigação e negaram que uma mancha gigante captada por imagem de satélite seria de óleo.
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