Vazamento de óleo gerou mancha de 200 quilômetros, aponta empresa
Resumo da notícia
- Imagens mostram origem de derramamento a 700 km a leste da divisa entre PB e RN
- Vazamento ocorreu entre os dias 28 e 29 de julho
- Só navio grego passou pela área afetada naquela data, segundo estudo
- Empresa cruzou imagens de satélite e dados de monitoramento de embarcações
O vazamento de petróleo no Nordeste gerou uma mancha de 200 quilômetros de extensão no oceano, informou hoje a empresa que auxiliou a Polícia Federal a identificar o navio suspeito de originar o acidente ambiental.
De acordo com análise da Hex Tecnologias Geoespaciais, o local fica a 700 km a leste da divisa da Paraíba com o Rio Grande do Norte, em águas internacionais, no Atlântico.
O vazamento ocorreu entre os dias 28 e 29 de julho. Naquela data e naquele local, o navio Boubolina seguia sua rota até a África, mostra o estudo.
Não se encontrou outro navio no local mesmo cruzando-se imagens de satélite e dados de monitoramento de embarcações, informou o presidente da Hex, Leonardo Barros, em entrevista na noite de hoje em Brasília. Isso incluiria embarcações que poderiam estar com os sistemas de vigilância desligados a fim de não serem percebidos pelas autoridades.
Barros disse que foram usados apenas dois funcionários no trabalho de pesquisa e um software de detecção de manchas de óleo por algoritmos. Eles rastrearam 830 imagens, numa área de cerca de 1 bilhão de quilômetros, concentrando-se em quatro regiões prioritárias.
Segundo ele, há "zero" possibilidade de a mancha ter sido iniciada em outro ponto do mar. Barros disse que a confirmação de que o navio grego —e não outro— foi o autor do vazamento se deu com o cruzamento de várias imagens e outros dados dos satélites.
Eles usaram satélites da Agência Espacial Europeia, da norte-americana (Nasa) e da empresa Airbus Space.
Segundo Barros, não existe monitoramento preventivo por algoritmos do aparecimento de manchas de petróleo em áreas remotas, como o do local onde ocorreu o acidente ambiental. Embora isso seja tecnicamente possível, ele disse que seria preciso avaliar se esse custo seria viável para o governo.
Na região da bacia petrolífera de Campos, no Rio de Janeiro, a Hex presta esse serviço de monitoramento por algoritmos. Quem paga a conta, naquele caso, não são as empresas que exploram petróleo, mas o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
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