Inpe: Pantanal tem mais de 8 mil focos de incêndio no mês; 2020 é pior ano
O Pantanal fechou o mês de setembro com mais de 8 mil focos de incêndio segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O fogo que assola a região do bioma concentrado nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já é o maior em quantidade de focos desde o começo da série histórica medida pelo Inpe, iniciada em 1998.
Na semana passada, o Pantanal já havia batido o recorde de focos de incêndio em um mês, ultrapassando agosto de 2005, que até então era o pior registro com 5.993 focos. Finalizado o mês de setembro, a última atualização do Inpe mostra que a região fechou o mês com 8.106 focos.
Tradicionalmente, por conta do clima, o mês de setembro é um período de alta no número de focos de incêndio. No entanto, se considerada a média histórica do mês, que é de 1.944 focos, o número atual representa um aumento de aproximadamente 417%.
Até 2020, o pior setembro havia sido registrado em 2007, com 5.498 focos de incêndio. Já o pior mês na série histórica medida pelo Inpe foi em agosto de 2005, que teve 5.993 focos.
No ano, o bioma já acumula 18.259 focos, contra 10.025 registrados em 2019. Até o ano passado, o Pantanal havia tido seu pior ano quanto a focos de incêndio em 2005, quando acumulou 12.536 registros. Mesmo restando três meses para o fim de 2020, o número atual já é 145% maior do que há 15 anos.
A situação no Pantanal tem sido agravada pelo clima seco e quente e já destruiu mais de 3 milhões de hectares do bioma, segundo dados do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, órgão do Departamento de Meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). A área é equivalente a mais de 20% do Pantanal.
Nos últimos dias, o fogo ameaçou chegar à Bolívia e segue vitimando animais da região, incluindo espécies típicas do bioma como a onça-pintada e animais em extinção, como as araras azuis.
Governo minimiza
Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reafirmar na semana passada o que já tinha tido em seu discurso na abertura da 75ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), de que os "índios e caboclos" são responsáveis pelos incêndios não só no Pantanal, mas também na Amazônia, no último sábado (26) a Secom (Secretaria de Comunicação) divulgou uma informação incorreta sobre a área afetada pelas queimadas no Brasil.
A publicação feita nas redes sociais mostrava uma comparação da área queimada apenas até agosto desse ano com o total de anos anteriores. Junto com o comparativo errado, a Secom afirmou que "a área queimada em todo o território nacional é a menor dos últimos 18 anos" em 2020.
Em entrevista aos colunistas do UOL Carla Araújo e Mauricio Stycer, o ministro das Comunicações Fábio Faria (PSD-RN) reconheceu o erro, mas defendeu a publicação da Secom e criticou a imprensa por repercutir a comparação incorreta.
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