Salles diz que Bolsonaro vai dobrar verbas para o Meio Ambiente
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou hoje, após a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Cúpula do Clima, que o governo federal vai dobrar as verbas para a pasta. Segundo o ministro, nesta semana será definido o Orçamento, junto ao Congresso.
O presidente vai dobrar o recurso, isso é importante, porque dá justamente sustentação a esse pagamento que eu me referi a pouco das equipes da Força Nacional que podem aumentar substancialmente
Ricardo Salles
Em entrevista coletiva, Salles reafirmou a meta de redução do desmatamento legal a zero até o ano de 2030, alegando que isso permitirá a redução de até 50% da emissão dos gases do efeito estufa. O Brasil apresentou aos EUA um plano de ação para enfrentar o desmatamento, que inclui a ampliação das forças de policiamento.
Na visão do ministro, as Forças Armadas têm uma capacidade de logística importante e que a operação de garantia da Lei de Ordem — que garante a manutenção do Exército na Amazônia Legal — é uma decisão que está sendo avaliada.
Salles acredita que quanto mais apoio internacional houver para atingir as metas do Brasil, maior a "probabilidade de antecipar a extinção do desmatamento ilegal".
Bolsonaro mente sobre recursos na Cúpula do Clima
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou o desmatamento durante o seu governo e mentiu sobre aumentar recursos para fiscalizar o meio ambiente. Esses são os mesmos recursos citados pelo ministro Ricardo Salles na coletiva.
As declarações de Bolsonaro foram feitas durante a Cúpula dos Líderes sobre o Clima na manhã de hoje.
Bolsonaro também apresentou dados descontextualizados sobre a Amazônia. De acordo com o presidente, o governo federal determinou o fortalecimento dos órgãos ambientais.
No entanto, na semana passada, um ofício do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) aponta que o órgão enfrenta restrições financeiras severas.
De acordo com o documento, a partir do mês de maio as brigadas de incêndio devem ser fechadas. A medida poderá prejudicar os trabalhos de prevenção e combate aos incêndios florestais e gerar impactos negativos ao meio ambiente.
O discurso de Bolsonaro na Cúpula do Clima foi visto como "incoerente" e "descolado da realidade" para políticos e ONGs. O presidente havia afirmado que o país está aberto à cooperação internacional e falou sobre a meta de neutralidade climática até 2050.
"O discurso está completamente descolado da realidade imposta ao Brasil pelo governo Bolsonaro. A mensagem que o presidente do Brasil levou ao mundo está inserida em um contexto de distorção de dados e esforço em convencer os líderes internacionais de que o Brasil pode combater o desmatamento", disse a ONG WWF-Brasil em um comunicado.
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