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Desastres naturais foram a maior causa de deslocamento em 2020, diz estudo

30 milhões fugiram de enchentes, tempestades e grandes incêndios - Peter Parks/AFP
30 milhões fugiram de enchentes, tempestades e grandes incêndios Imagem: Peter Parks/AFP

Colaboração para o UOL

20/05/2021 09h10

Desastres naturais foram a maior causa de deslocamentos em 2020, superando guerra e conflitos violentos, diz o IDMC (Norwegian Refugee Council's Internal Displacement Monitoring Centre). O número de pessoas forçadas a encontrar um novo lar foi o mais alto já observado pelos pesquisadores.

Segundo o relatório, no ano passado 55 milhões de pessoas precisaram se deslocar internamente pelo país de origem. Esses habitantes compuseram uma taxa duas vezes maior do que a de refugiados e 30 milhões fugiram de enchentes, tempestades e grandes incêndios.

O aumento de pessoas com necessidade de deslocamento vinha aumentando na última década. De 2019 para 2020, o número subiu em 5 milhões de pessoas. Do total do ano passado, 20 milhões eram crianças com menos de 16 anos e mais de 2 milhões tinham idade superior a 65. A maioria vem de países de renda pobre ou média.

O IDMC afirma que milhões de pessoas fogem de seus lares todo ano por conflitos, guerra e violência. "As catástrofes e os efeitos das mudanças climáticas provocam regularmente novos e secundários deslocamentos, prejudicando a segurança e o bem-estar das pessoas", diz o relatório.

A pesquisa reuniu informações para listar quais são as nações onde as pessoas mais se deslocaram no último ano. No Afeganistão, 1.1 milhão se movimentaram pelo país devido a desastres naturais. Na Índia, as catástrofes deslocaram 929 mil habitantes, enquanto no Paquistão o mesmo motivo fez com que 806 mil cidadãos precisassem fugir.

No ranking de locais marcados por conflito e violência, a Síria tem o primeiro lugar, com 6.6 milhões de pessoas motivadas a se movimentarem por isso. A República Democrática do Congo contou 5.3 milhões de deslocamentos e a Colômbia teve 4.9 milhões.

Cerca de 10 milhões de movimentações, segundo o IDMC, foram causadas pelos "níveis persistentes de violência na República Democrática do Congo, Síria e Etiópia". A diretora do conselho de monitoramento, Alexandra Bilak, disse ao The Guardian que é extremamente preocupante ter esse aumento de pessoas "deslocadas" de seus lares durante a pandemia.

"Em uma época na qual as restrições obstruíram a coleta de dados e menos pessoas estavam dispostas a procurar abrigos de emergência por medo de infecção", completou. "As crises de deslocamento atuais surgem de muitos fatores interligados, incluindo mudanças climáticas e ambientais, conflitos prolongados e instabilidade política", explicou.