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Chuva eleva nível do Cantareira para 29%; há um ano, volume era de 39%

8.ou.21 - Represa do rio Jaguari, em Vargem (SP), que compõe o sistema Cantareira  - LUIS MOURA/ESTADÃO CONTEÚDO
8.ou.21 - Represa do rio Jaguari, em Vargem (SP), que compõe o sistema Cantareira Imagem: LUIS MOURA/ESTADÃO CONTEÚDO

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

15/01/2022 04h00

O volume do Sistema Cantareira subiu 2,8% comparado ao da semana passada, mas ainda está abaixo do nível divulgado na mesma data do ano passado. O nível do reservatório ficou em 29,5% na sexta-feira (14), segundo boletim da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Em 14 de janeiro de 2021, o nível era de 39,5%. No ano da crise hídrica no estado, em 2014, o volume nesta mesma data era de 24,5%. Procurada pela reportagem, a Sabesp informou que não há risco de desabastecimento, "mas reforça a necessidade de uso consciente da água".

O especialista de clima, Pedro Regoto, da Climatempo, explica que a segunda quinzena de janeiro pode ser mais seca, o que pode "cessar a ascensão" do Sistema Cantareira e de outros reservatórios da região.

"Na primeira quinzena do mês vivenciamos bons eventos e tivemos a zona de convergência pro Atlântico Sul, que é aquele grande corredor de umidade. Isso favoreceu a situação de chuva no Sudeste e em São Paulo", afirma.

Apesar de existir uma expectativa de chuva para as próximas semanas, Regoto explica que não terá a mesma regularidade vista nas primeiras semanas do ano.

Por outro lado, a Sabesp afirma que as projeções são de "aumento no nível dos reservatórios" para esse e o próximo mês. A companhia informou ainda que, desde a crise hídrica, tem feito investimentos, como o novo sistema São Lourenço e a interligação da bacia do Paraíba do Sul com o Cantareira.

"A interligação do rio Itapanhaú, obra de R$ 111,58 milhões em andamento, inicia operação no primeiro semestre", afirma a Sabesp.

Abastecimento

O Cantareira é o maior reservatório da rede paulista e abastece cerca de 7,5 milhões de pessoas todos os dias — 46% da população da Grande São Paulo —, segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), o órgão que regula o setor. O sistema leva água para as zonas norte e central e parte das zonas leste e oeste da capital, além das cidades de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul.

O reservatório engloba, também, parte dos municípios de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André. Fora o Cantareira, o sistema de abastecimento de água no estado conta com os sistemas Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço.

De acordo com a Sabesp, o sistema opera de forma integrada, o que "permite transferências rotineiras de água entre regiões, conforme a necessidade operacional". A companhia aponta ainda que conta com a "ampliação da infraestrutura e gestão da pressão noturna para maior redução de perdas na rede".

Veja o nível dos reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo, segundo a Sabesp

  • Alto Tietê: 47,5% (+4,7% em relação à semana passada)
  • Guarapiranga: 72,7% (+6,9%)
  • Cotia: 55,4% (+5,4%)
  • Rio Grande: 97,5% (+8%)
  • Rio Claro: 45,8% (+10,3%)
  • São Lourenço: 93,3% (+9,2%)