ONG denuncia volta de balsas de garimpo ilegal aos rios do Amazonas
Apenas oito meses após de megaoperação deflagrada pela Polícia Federal, balsas de garimpeiros ilegais são vistos nos rios do Amazonas. À época, a PF interditou 130 embarcações. Segundo a ONG Greenpeace, testemunhas afirmaram que as balsas retornaram à região da foz do Rio Madeira, desta vez próximo ao município de Borba.
Segundo o porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Danicley de Aguiar, o que possibilita o retorno dos garimpeiros à região é a ausência de uma política de desenvolvimento regional e que "o Estado brasileiro precisa compreender que precisamos ir além das ações de comando e controle, e estruturar outras políticas que nos permitam superar a economia da destruição que consome rios e florestas, mas também se alimenta da desigualdade social profunda que caracteriza a região."
Ainda segundo ele, a curto prazo, a melhor forma de combater a atividade garimpeira na região seria incidir diretamente na rede que sustenta essa prática predatória para investigar e desmontar toda linha de suprimento que garante o combustível para o desenvolvimento dessa atividade no Rio Madeira.
O MPF do Amazonas abriu procedimento para investigar o caso.
Uma provável hipótese sobre a volta das embarcações ilegais nessa época do ano tem a ver com a falta de chuvas, normal no inverno, e com o nível das águas mais baixo fica mais fácil de encontrar ouro.
Outra localidade que teve o retorno das atividades ilegais de garimpo foi justamente o Vale do Javari, extremo oeste do Amazonas. A região abriga comunidades de indígenas isolados e foi o lugar que o indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips foram assassinados. Informações obtidas pelo jornal "O Globo" dão conta de que a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), que o indigenista morto fazia parte, denunciou na Polícia Federal em março, inclusive com coordenação do próprio Bruno Pereira, as atividades ilegais.
Inclusive, a última tarefa de Pereira antes de morrer era mapear a presença de garimpeiros ilegais nos rios de áreas ocupadas por comunidades indígenas isoladas.
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