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ONG denuncia volta de balsas de garimpo ilegal aos rios do Amazonas

Centenas de balsas de garimpo ilegal se alinham no rio Madeira em novembro do ano passado - BRUNO KELLY/REUTERS
Centenas de balsas de garimpo ilegal se alinham no rio Madeira em novembro do ano passado Imagem: BRUNO KELLY/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

13/07/2022 18h13Atualizada em 13/07/2022 18h13

Apenas oito meses após de megaoperação deflagrada pela Polícia Federal, balsas de garimpeiros ilegais são vistos nos rios do Amazonas. À época, a PF interditou 130 embarcações. Segundo a ONG Greenpeace, testemunhas afirmaram que as balsas retornaram à região da foz do Rio Madeira, desta vez próximo ao município de Borba.

Segundo o porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Danicley de Aguiar, o que possibilita o retorno dos garimpeiros à região é a ausência de uma política de desenvolvimento regional e que "o Estado brasileiro precisa compreender que precisamos ir além das ações de comando e controle, e estruturar outras políticas que nos permitam superar a economia da destruição que consome rios e florestas, mas também se alimenta da desigualdade social profunda que caracteriza a região."

Ainda segundo ele, a curto prazo, a melhor forma de combater a atividade garimpeira na região seria incidir diretamente na rede que sustenta essa prática predatória para investigar e desmontar toda linha de suprimento que garante o combustível para o desenvolvimento dessa atividade no Rio Madeira.

O MPF do Amazonas abriu procedimento para investigar o caso.

Uma provável hipótese sobre a volta das embarcações ilegais nessa época do ano tem a ver com a falta de chuvas, normal no inverno, e com o nível das águas mais baixo fica mais fácil de encontrar ouro.

Outra localidade que teve o retorno das atividades ilegais de garimpo foi justamente o Vale do Javari, extremo oeste do Amazonas. A região abriga comunidades de indígenas isolados e foi o lugar que o indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips foram assassinados. Informações obtidas pelo jornal "O Globo" dão conta de que a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), que o indigenista morto fazia parte, denunciou na Polícia Federal em março, inclusive com coordenação do próprio Bruno Pereira, as atividades ilegais.

Inclusive, a última tarefa de Pereira antes de morrer era mapear a presença de garimpeiros ilegais nos rios de áreas ocupadas por comunidades indígenas isoladas.