"Nem olhei", "vamos chegar lá" e "começa agora"; candidatos comentam Ibope

Ana Carla Bermúdez, Bernardo Barbosa e Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

  • Aloisio Mauricio/Folhapres

    O candidato Álvaro Dias (Podemos) pouco antes de entrar no estúdio para o debate UOL, Folha e SBT

    O candidato Álvaro Dias (Podemos) pouco antes de entrar no estúdio para o debate UOL, Folha e SBT

Candidatos à Presidência da República repercutiram na tarde desta quarta-feira (26) a pesquisa Ibope divulgada hoje de manhã com as intenções de voto dos eleitores. Os presidenciáveis falaram pouco antes do debate promovido por UOL, jornal "Folha de S.Paulo" e SBT.

Leia mais sobre o debate UOL/Folha/SBT:

De acordo com o levantamento, Jair Bolsonaro (PSL) lidera a disputa, com 27% das intenções. Ele é seguido por Fernando Haddad (PT), com 21%, Ciro Gomes (PDT), com 12%, Geraldo Alckmin (PSDB), com 8%, e Marina Silva (Rede), com 6%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Questionado se o discurso moderado que tem adotado na campanha é responsável por seu avanço nas pesquisas de intenção de voto, Haddad disse que esse tem sido seu estilo a vida toda. "Faz 18 anos que estou na vida pública, não consegui encontrar um inimigo. Nem quero. Às vezes a gente diverge, o que é natural da democracia, mas sempre respeitosamente, de forma propositiva", afirmou.

Depois de passar a noite no hospital Sírio-Libanês após ser submetido a um procedimento na próstata, Ciro Gomes (PDT) disse que a pesquisa é o retrato de um momento, mas ponderou que há possibilidade de erro. "Não só eles podem errar como erraram na data de 23 de setembro da última eleição. O Ibope dizia que Dilma tinha 37, a Marina, 32 e o Aécio, 19. E o resultado foi completamente diferente", lembrou.

Geraldo Alckmin afirmou que continua na disputa com possibilidades de ir ao segundo turno. "Nós estamos enrolados ali em terceiro lugar para chegar no segundo. Sinto numa movimentação maior, a rejeição caiu, vamos chegar lá. Esses 10 dias vão decidir", avaliou.

Apesar da queda nas intenções de voto demonstrada em pesquisas recentes, Marina Silva afirmou estar trabalhando para chegar ao segundo turno. "Os grandes partidos têm muito dinheiro, muito tempo de televisão. Mas a campanha começa a partir de agora. Dia 7 de outubro, pode ter certeza: nós vamos estar no segundo turno", disse. "Eles confiam nas estruturas, no dinheiro, no marqueteiro. Eu confio é no povo brasileiro."

O candidato Álvaro Dias (Podemos) também minimizou a pesquisa. Ele teve 2% das intenções de voto no Ibope de hoje. "Nem olhei e nem vou olhar. São tantas as pesquisas que ganham o seu dinheirinho, Ibope, outros institutos, mas a pesquisa pra valer mesmo é no dia 7 de outubro. Nós vamos aguardar. Acho melhor. Não vou me preocupar, não vou ficar triste com os números das pesquisas", afirmou.

"Eu não sei se orienta ou desorienta [o eleitor]. As pesquisas têm um objetivo: de empurrar o eleitor como se fosse um manada de elefantes pra determinado lugar. Temos que legislar sobre pesquisas também. Que 15 dias antes devemos proibir publicação de pesquisas por essa interferência indevida", opinou o candidato.

Henrique Meirelles (MDB), com 2% das intenções, afirmou que todos os candidatos têm dificuldade de chegar ao segundo turno e que seus baixos índices nas pesquisas são explicados por não ser conhecido e nunca ter concorrido ao cargo de presidente. Ele diz que, apesar disso, as pesquisas mostram uma subida de sua campanha "sólida e consistente". "Eu não era conhecido porque nunca fui candidato a presidente. Agora, o crescimento é rápido", declarou o ex-ministro da Fazenda.

O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que tem 1%, disse que "o processo que nós estamos construindo, a nossa candidatura, não se mede apenas por percentual em pesquisa de intenção de voto."

Cabo Daciolo (Patriota), que não chegou a 1% das intenções, deixou o monte em que estava isolado e voltou à campanha eleitoral. "Estamos muito tranquilos aguardando esse momento, pra poder colocar algumas verdades pro povo, pra nação brasileira. Eu não acredito nas pesquisas. Não estamos nessa posição. Creio que é uma grande mentira", disse.

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