Cunha se oferece para depor na CPI da Petrobras sobre lista da Lava Jato
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu para prestar esclarecimentos à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras na próxima quinta-feira (12). Ele é um dos parlamentares que será investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de participação do esquema de corrupção e desvio de dinheiro da estatal.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) chegou a pedir que a CPI decida com todo o colegiado quando será “o momento adequado” para ouvir o presidente da Casa. A decisão de ouvir Cunha foi tomada pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).
Após o depoimento de Cunha, a CPI ouvirá o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli. O requerimento para a convocação dele foi aprovado na última quinta-feira (5).
O doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal após a deflagração da operação Lava Jato, vinculou Cunha ao esquema de recebimento de propinas pagas ao PMDB pelo executivo Julio Camargo por contratos fechados na diretoria internacional da Petrobras.
Em um depoimento prestado em outubro passado no acordo de delação premiada, o doleiro disse que os pagamentos de Camargo para Cunha foram feitos por meio do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano. De acordo com Youssef, Baiano "representava" Cunha e "representava ao PMDB no âmbito da Petrobras, isto é, era o operador do PMDB".
Baiano está preso na carceragem da PF de Curitiba. Já o executivo Camargo fez delação premiada e foi um dos primeiros executivos a dar detalhes sobre o esquema de pagamento de propina das principais empreiteiras do país para fechar negócios com a Petrobras.
Na semana passada, os membros da comissão foram surpreendidos com a chegada de Cunha durante a primeira sessão da CPI. "Este parlamentar faz questão e está à disposição para prestar esclarecimentos à CPI", disse o presidente da Câmara, lembrando que sempre apoiou publicamente a criação da comissão. "CPI é o foro em que será debatido de verdade tudo o que está acontecendo."
Durante a sessão, membros da CPI defenderam que os parlamentares Lázaro Botelho (PP-TO) e Sandes Júnior (PP-GO) -- que também serão investigados pelo STF por suposto envolvimento no esquema -- deixem o colegiado que foi criado para apurar as irregularidades. Eles fazem parte da CPI e tiveram seus nomes incluídos nos inquéritos abertos pelo Supremo na última sexta-feira (6).
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