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STF manda soltar executivo do Grupo Galvão, preso na Lava Jato

Dario de Queiroz Galvão Filho, da Galvão Engenharia - Fred Chalub/Folhapress - 05.jul.2010
Dario de Queiroz Galvão Filho, da Galvão Engenharia Imagem: Fred Chalub/Folhapress - 05.jul.2010

Do UOL, em Brasília*

06/05/2015 16h26Atualizada em 06/05/2015 18h50

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki concedeu, nesta quarta-feira (6), um habeas corpus a favor do diretor-presidente e membro do conselho de administração do Grupo Galvão, Dario de Queiroz Galvão Filho. Dario havia sido preso no último dia 27 de março em uma ação da operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.

A decisão de Zavascki desta quarta tomou como base o julgamento feito pela segunda turma do STF que, no último dia 28 de abril havia decidido pela soltura de nove empreiteiros acusados de pertencer ao esquema de superfaturamento de contratos junto à Petrobras e de pagamento de propinas a políticos e partidos. Na ocasião, três dos cinco ministros da segunda turma do STF votaram pela soltura do grupo.

Em troca da concessão do habeas corpus, foram estabelecidas medidas cautelares. Dario Galvão será monitorado por uma tornozeleira eletrônica, não poderá ter contato com outros investigados e deverá comparecer à Justiça a cada 15 dias. O executivo também está proibido de deixar o país e deverá entregar o passaporte.

Segundo o despacho que pediu a prisão preventiva de Dario Galvão, expedido pelo juiz federal Sérgio Moro, depoimentos prestados pelo operador Shinko Nakandakari apontaram Galvão como “mandante” de crimes praticados por empresas do grupo como corrupção e lavagem de dinheiro

De acordo com as investigações feitas pela força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal), um grupo de empreiteiras, do qual fariam parte as empresas Queiroz Galvão e Galvão Engenharia, superfaturava contratos feitos junto à Petrobras.

Segundo investigações da força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal), além das duas empresas, fariam parte do esquema algumas das maiores empreiteiras do Brasil como OAS, Mendes Júnior, Camargo Corrêa e Engevix. A operação Lava Jato foi deflagrada em março do ano passado e estima que pelo menos R$ 10 bilhões tenham sido desviados pelo esquema. 

Com a iminente soltura de Dario Galvão, restarão quatorze investigados pela operação Lava Jato presos. Eles são: o doleiro do esquema, Alberto Youssef; Nestor Cerveró, diretor da área internacional da Petrobras; Adir Assad, empresário apontado como um dos operadores do esquema; Fernando Antônio Falcão Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano; Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras; Mário Frederico Mendonça Góes, apontado como um dos operadores; as doleiras Nelma Kodama e Iara Galdino; os ex-deputados federais Pedro Correa, Luis Argolo e André Vargas; Ricardo Hoffmann, diretor de agência de publicidade; João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT; e Guilherme de Jesus, funcionário do Grupo Galvão.

Dario Galvão e outros executivos ligados à empreiteira Galvão Engenharia prestam depoimento esta tarde à Justiça Federal em Curitiba. Eles são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de pagar propina para obter contratos com a Petrobras. (Com informações da Agência Brasil)