Topo

Justiça adia interrogatório e permite que Lula mantenha caravana por MG

Lula fala com a população durante caravana em São Domingos (SE) - Beto Macário - 21.ago.2017/UOL
Lula fala com a população durante caravana em São Domingos (SE) Imagem: Beto Macário - 21.ago.2017/UOL

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

23/10/2017 14h43Atualizada em 23/10/2017 20h18

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da Justiça Federal de Brasília, acatou pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que seu interrogatório em processo da Operação Zelotes no qual é réu fosse adiado.

Antes marcado para o dia 30, o interrogatório será realizado no dia 3 de novembro. Com isso, Lula não precisará interromper sua caravana por 12 cidades de Minas Gerais, que começa às 18h desta segunda-feira (23) em Ipatinga e cujo fim está previsto justamente para o dia 30, com um ato em Belo Horizonte.

Líder em pesquisas de intenção de voto e réu em processos das operações Zelotes e Lava Jato, Lula está em ritmo de pré-candidato a um terceiro mandato presidencial. A um ano das eleições, ele já passou por todos os Estados do Nordeste e, depois de Minas, deve fazer uma caravana no Rio Grande do Sul ainda este ano. O petista também já incluiu regiões da Grande São Paulo em seu itinerário. 

Entenda o caso

Em dezembro de 2016, a Justiça Federal de Brasília aceitou denúncia do MPF (Ministério Público Federal) acusando Lula de interferir na compra de 36 caças do modelo Gripen, da Saab, pelo governo brasileiro e na prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da MP (Medida Provisória) 627. Os casos ocorreram entre 2013 e 2015, quando Lula já não era presidente -- à época, a presidente era a também petista Dilma Rousseff.

Segundo o MPF, na condição de ex-presidente, Lula integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC (vendedora e fabricante de carros da Mitsubishi); Caoa (vendedora e fabricante de carros da Hyundai); e Saab. As companhias eram clientes do escritório Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Ltda (M&M), empresa de lobby do casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni.

Em troca, de acordo com os procuradores, Mauro e Cristina, donos da M&M, repassaram a Luis Cláudio pouco mais de R$ 2,5 milhões.

Quando a Justiça Federal aceitou a denúncia do MPF contra Lula, sua defesa divulgou nota chamando a decisão de "mais uma acusação frívola contra o ex-presidente e seus familiares". O texto dizia ainda que a denúncia "faz parte de uma tática de tentar desconstruir a imagem de Lula e de prejudicar a sua atuação política".