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Bolsonaro contradiz Turismo e diz que demitiu chefe da Embratur por jantar

Marcela Leite

Do UOL, em São Paulo

28/03/2019 20h14

Em uma nova edição de sua live semanal no Facebook, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje que mandou o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio demitir ontem a então presidente da Embratur, a ex-deputada Teté Bezerra (MDB-MT). Teté entregou hoje sua carta de demissão ao ministro.

O motivo seria um jantar patrocinado pela Embratur na semana que vem, em que o cantor Alceu Valença cantaria, no valor de R$ 290 mil. De acordo com Bolsonaro, o pagamento sairia do bolso do contribuinte.

O presidente disse que "não dá para se admitir passivamente um gasto desta ordem", chamou o evento de "um escracho, um deboche para com o brasileiro, que está cansado de pagar impostos" e ordenou que fosse cancelado. Além disso, ordenou a exoneração da presidente do órgão.

Conflito de versões

As declarações de Bolsonaro contradizem a versão de Teté e do próprio Ministério, pelas quais a saída da funcionária teria partido dela.

Na tarde de hoje, Teté entregou sua carta de demissão a Marcelo Álvaro Antônio. Segundo o blog de Tales Faria, ela afirmou que tomou a iniciativa para "dar liberdade ao ministro para concluir sua equipe".

Ainda de acordo com o blog, ela foi surpreendida pela demissão de dois diretores do órgão ainda não substituídos: soube dos afastamentos de seus subordinados pelo Diário Oficial.

Em nota, o Ministério do Turismo afirmou que o pedido de exoneração foi aceito e que o ministro "agradece os trabalhos prestados e deseja sucesso nas próximas missões". Ainda segundo a nota, o próximo presidente "será um nome alinhado com a gestão do presidente Jair Bolsonaro, que preza pela austeridade, economicidade e eficiência".

Teté Bezerra assumiu a presidência da Embratur em maio de 2018, depois de ocupar por mais de dois anos o cargo de secretária nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Ministério do Turismo.