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Governador da BA diz que PT deveria ter apoiado Ciro em 2018 e sigla rebate

Do UOL, em São Paulo

14/09/2019 19h26Atualizada em 14/09/2019 19h26

As críticas feitas pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT), à estratégia do próprio partido nas eleições de 2018 não foram bem recebidas pelo PT. Em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta (13), Costa afirmou que, com o impedimento da candidatura de Lula, o partido deveria ter apoiado Ciro Gomes (PDT), porque, segundo ele, Ciro seria a única liderança capaz de vencer o "antipetismo" representado pelo então candidato Jair Bolsonaro (PSL).

Na tarde de hoje (14), a Executiva Nacional do PT divulgou uma nota com 6 tópicos para rebater as declarações do governador baiano. Nela, o PT afirma que tomou uma decisão "absolutamente correta" ao lançar a candidatura do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad em vez de apoiar Ciro Gomes.

O PT também declarou que Haddad só perdeu a eleição por causa de notícias falsas divulgadas pela campanha de Bolsonaro com financiamento ilegal de fontes estrangeiras, contando com a omissão da mídia e da Justiça Eleitoral.

Ciro foi 'grosseiro e desrespeitoso', diz PT

A nota oficial do PT afirma que uma aliança com Ciro Gomes foi descartada porque nunca foi intenção dele constituir uma alternativa no campo da centro-esquerda. O partido diz que essa aproximação está ainda mais distante hoje, "dado que ele [Ciro] escancara opiniões grosseiras e desrespeitosas sobre Lula, o PT e nossas lideranças".

Na reta final do segundo turno das eleições presidenciais, ao discutir com militantes petistas, o senador Cid Gomes (PDT-CE), irmão de Ciro, gritou uma frase que virou piada entre eleitores de Bolsonaro: "O Lula tá preso, babaca". Ciro repetiu a frase em fevereiro, em bate-boca com membros da UNE (União Nacional dos Estudantes).

Rui Costa criticou falta de propostas

Para Rui Costa, a falta de propostas foi um dos fatores que levaram à derrota da esquerda nas últimas eleições. Na opinião do governador, o PT precisa abordar melhor questões de segurança pública para ser considerado uma alternativa viável nas próximas eleições.

Ele também afirmou que o partido não pode escolher dialogar apenas com partidos que se comprometam a levantar a bandeira "Lula livre". Em resposta, o PT declarou que a luta pela libertação do ex-presidente é "é central na defesa da democracia, da soberania e dos direitos no Brasil", e que tem trabalhado pela reconstrução da frente de esquerda.

Apoio à Venezuela

Outro ponto de conflito entre os discursos de Rui Costa e de seu partido foi a crise política na Venezuela. O governador considera um exagero chamar de ditadura o regime de Nicolás Maduro, mas disse ver "sinais claros de que a democracia está sendo desrespeitada".

O PT aproveitou a oportunidade para reafirmar que o país vizinho se encontra sob criminoso embargo econômico. O partido ainda criticou o apoio de Bolsonaro ao que considera uma tentativa de intervenção militar estadunidense.

Muito cedo para pensar em 2022

Questionado sobre a possibilidade de ser o candidato à Presidência em 2022, Rui Costa foi evasivo, mas se disse aberto para assumir qualquer função. O PT considerou a declaração "extemporânea" e disse que saberá discutir o assunto no momento adequado.

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