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Bolsonaro: 90% não sabem o que é juiz de garantias e ficam criticando

Bolsonaro e Moro - Reuters
Bolsonaro e Moro Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

26/12/2019 20h00Atualizada em 27/12/2019 09h22

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) rebateu durante a sua live semanal no Facebook aqueles que o criticaram por ter aprovado o dispositivo do juiz de garantias do pacote anticrime. A aprovação sem veto deste ponto contrariou proposta inicial do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

A figura do juiz de garantia não fazia parte do texto original do pacote, apresentado pelo ministro em fevereiro, e foi incluída pela Câmara dos Deputados. Na avaliação de críticos, a proposta pode dificultar investigações, como a que corre atualmente em sigilo contra um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido).

"O que me surpreende é um batalhão de internautas constitucionalistas, juristas para debater o assunto. E falam que eu traí, que não votam mais e ligam a alguma coisa familiar. Sai fora da minha página, se não sair eu vou para o bloqueio. Vai ver no perfil, 70% de esquerda e 30% de gente nossa, que votou em mim e que está sendo levada pelo momento", disse o presidente.

"Veja o padrão dos itens vetados. Para mim, seria mole vetar os crimes na internet, e estaria instituindo a censura no Brasil. E com todo respeito, 90% não sabem o que é juiz de garantia e ficam criticando", completou Bolsonaro.

O chefe do Executivo ainda avaliou o trabalho de Moro como "excelente" e lembrou que eles já tinham discordado no passado. Ontem, o ministro disse que o pacote anticrime aprovado por Bolsonaro "não é o projeto dos sonhos, mas contém avanços".

"Já discordei do Moro, ele sabe disso, quando discutimos a questão do armamento. Eu acho que a taxa de concordância com os ministros é coisa de 95%", disse o presidente.