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Freixo, sobre vídeo: 'Quem transformou Sergio Moro em herói não fui eu'

"Existe relação entre milícia, Rio de Janeiro e família Bolsonaro. Essa é a razão de ele querer o controle da Polícia Federal no Rio de Janeiro?", questionou deputado federal (PSOL-RJ) - Ricardo Borges/UOL
"Existe relação entre milícia, Rio de Janeiro e família Bolsonaro. Essa é a razão de ele querer o controle da Polícia Federal no Rio de Janeiro?", questionou deputado federal (PSOL-RJ) Imagem: Ricardo Borges/UOL

Do UOL, em São Paulo

14/05/2020 18h30

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) defendeu hoje a divulgação do vídeo da reunião interministerial realizada em 22 de abril pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), no qual teria comentado a respeito de interferência na cúpula da Polícia Federal. O relato foi feito por Sergio Moro, ex-ministro da Justiça.

Em debate na CNN Brasil, Freixo argumentou que autoridades precisam ter acesso ao conteúdo da gravação, justamente para apurar se Bolsonaro tentou interferir na PF. A mudança na Superintendência na PF do Rio, lembrou o deputado, poderia ser uma medida para proteger os filhos do presidente de investigações.

"Quem transformou Sergio Moro em herói não fui eu. Quem fez e não sabe o que faz com isso foram Bolsonaro e os próprios bolsonaristas. A investigação no Rio de Janeiro sobre milícias, eu conheço bem — presidi a investigação das milícias no Rio de Janeiro. Naquele período (2008), Bolsonaro, então deputado, defendia abertamente a legalização das milícias. Como seria? Tem que perguntar ao Bolsonaro", disse Freixo.

"Depois ele coloca o Queiroz, que mora em área de milícia, para coordenar o gabinete dos filhos. Depois, descobre que Adriano da Nóbrega tinha parentes nomeados do gabinete do Flávio Bolsonaro como laranjas. O Flávio Bolsonaro entrega um Medalha Tiradentes ao Adriano quando ele estava preso por homicídio. Não estou falando de coisas que eu ouvi dizer. Com esse histórico, havendo a suspeita de que o presidente quer interferir na Polícia Federal do Rio de Janeiro (...), isso é muito grave."

Apesar do tom, Freixo frisou que não há provas de que Bolsonaro tenha tentado interferir na PF para blindar a família — justamente o que ele alega querer apurar.

"Isso quer dizer que Bolsonaro queria o controle da Polícia Federal para proteger a família? Isso tem que ser investigado. Aí, sim, é uma interpretação. Agora, o que eu falei da ligação da família Bolsonaro com a milícia é fato. Estou falando de fato, não de interpretação", afirmou.

"Existe relação entre milícia, Rio de Janeiro e família Bolsonaro. Essa é a razão de ele querer o controle da Polícia Federal no Rio de Janeiro? Não sei, isso tem que ser investigado. Estou propondo que se investigue. Por isso esse vídeo é tão importante. Eu não disse que ele diz (a respeito na reunião); se no vídeo ele diz que quer a Superintendência da PF para proteger os filhos, aí não tem jeito."

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