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Blogueiro do Terça Livre diz que Moraes deu maior golpe na história do STF

Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

27/05/2020 11h03

O blogueiro Allan dos Santos, do Terça Livre, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu "o maior ataque que a suprema corte já sofreu na história do Brasil".

Ele foi um dos investigados da ação da Polícia Federal de hoje, que cumpriu mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal relacionados ao inquérito das fake news, conduzida pelo STF e autorizada por Moraes.

"Nem mesmo no período do regime militar tínhamos ações como essa. Foi uma desmoralização para toda a suprema corte, e eu não tenho dúvida que em breve essa porcaria vai acabar", disse o blogueiro, que ainda revelou como foi a abordagem da PF em sua casa.

"Não se cale, mesmo que a Polícia Federal coloque uma arma na cara da sua esposa que está grávida", disse.

Allan também relacionou a ação da PF ao que foi feito ontem pela corporação, que cumpriu mandados na casa do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.

"Eu não tenho foro para ser investigado. Como é que toda a corte se submete a uma ação dessa? É um absurdo. É muito político. Por que você faz uma operação desta um dia depois da ação do Witzel? 'É para mostrar que somos apolíticos'... é uma ova. É uma ação política."

Por fim, o blogueiro ressaltou que seu trabalho não vai parar. "Não esperem de mim um espírito de um homem frouxo que fica chorando. Vou continuar criticando. O que está acontecendo é uma destruição do país."

"Age como nazistas agiram"

Mais cedo, em entrevista à CNN, Allan comparou a ação de Moraes ao de Adolf Hitler

"O Alexandre de Moraes usa de toda a força do estado, assim como Hitler. Ele age assim como os nazistas agiram, age como os comunistas costumam agir. Nós não estamos mais vivendo em uma democracia", falou.

Entenda a operação

O inquérito das fake news no Supremo foi aberto em março do ano passado para apurar "a existência de notícias fraudulentas (fake news), denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de animus caluniandi, difamandi ou injuriandi, que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares".

Ao todo, foram expedidos 29 mandados de busca e apreensão pelo ministro Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito.

Entre os alvos estão pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como o ex-deputado federal Roberto Jefferson, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), a ativista Sara Winter e o empresário Luciano Hang.