Bolsonaro prevê evangélico no STF e cota Aras para eventual 3ª vaga
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje, em live transmitida em seu perfil no Facebook, que quer um evangélico no Supremo Tribunal Federal e avaliou que Augusto Aras, atual procurador-geral da República, é "fortemente" candidato a uma eventual terceira vaga que surja.
"Tem uma vaga prevista para novembro e outra para ano que vem. O senhor Augusto Aras, nessas duas vagas, não está previsto o nome dele. Eu costumo dizer que tenho três nomes, que não vou revelar, que eu namoro para indicar para o Supremo. Um vai ser evangélico, é um compromisso que eu tenho com a bancada evangélica. Pessoal critica, [mas] não tem nada a ver. Se é católico, cristão, evangélico, candomblecista, ateu, não interessa. Tem que ter conhecimento e desenvolver seu papel lá, mas uma pitada de religiosidade, de cristianismo, no meu entender, é muito bem-vinda", revelou.
Ainda ao analisar o nome de Aras, o presidente da República afirmou esperar que ninguém precise "desaparecer" no STF para que surja uma eventual terceira vaga.
"Sobre o Augusto Aras: se aparecer uma terceira vaga —espero que ninguém ali desapareça, né—, mas o Augusto Aras entra fortemente na terceira vaga. Eu o conheci em agosto do ano passado. Foi apresentado como um candidato a ser chefe do Ministério Público, gostei muito dele. Está tendo uma atuação excepcional, em especial nas pautas econômicas. Ele procura cada vez mais defender o livre mercado e o governo federal nestas questões que, muitas vezes, nos amarram", afirmou.
As declarações foram feitas na tradicional live que Bolsonaro realiza às quintas-feiras no Facebook. Hoje, o presidente estava acompanhado por Pedro Guimarães, presidente da Caixa, e Jorge Seif Júnior, secretário de Pesca.
Mencionando dois exemplos, o presidente disse que "não entende" algumas ações do STF. Ele citou principalmente os fatos de que o Supremo suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para diretor-geral da Polícia Federal e autorizou quebra de sigilo no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, apontada por Sergio Moro como prova de que Bolsonaro teria tentado interferir na PF para proteger amigos e familiares alvos de investigações.
"Algumas ações do Supremo a gente realmente não entende. Questão da indicação do Ramagem para a PF: no meu entender é um excelente profissional, ficha limpa, delegado de primeira classe, não tinha por que interferir. Quase todas as nossas reuniões ministeriais eram gravadas, eu aproveitava uns trechos e destruía o chip logo em seguida. Essa estava no mesmo caminho quando houve o depoimento do senhor Sergio Moro, e ele falou que tinha uma prova contundente de interferência minha na PF naquele vídeo, que, graças a Deus, eu não destruí", relatou.
"Se eu tivesse destruído, estaria até agora sendo massacrado por destruir provas. Entreguei com coração, pedi para cortar, da minha parte podia mostrar tudo, com a exceção de dois pedacinhos em que eu tratava de questões que não eram para ser públicas. Agora, ao divulgar falas da conversa toda, que não tinham nenhuma relação de causa com o inquérito, surgiram problemas", disse Bolsonaro, citando falas polêmicas de alguns ministros como exemplos.
"Weintraub jamais falaria aquilo [sobre prender "vagabundos" do STF] em um ambiente como o nosso agora ou em uma reunião aberta, mas era reservada. Eu sou uma pessoa que fala palavrões o tempo inteiro, ele extrapolou, mas é um negócio reservado. A Damares mostrou sua indignação com a prisão de pessoas na praia, em praça pública, e falou que ia prender prefeitos e governadores. Ela não quis dizer prender, era entrar com ação. Teve o Salles que falou da 'porteira' e da 'boiada', o que ele quer? Jamais se expressaria assim em publico, ele quer desregulamentar muita coisa", explicou.
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