Trevisan: Futuro de Bolsonaro depende de pressão das ruas

O clima de tensão no governo federal gerado pela soma da pandemia do novo coronavírus com a crise política levantou uma questão no debate público: Qual será o futuro do governo Jair Bolsonaro?

No podcast Baixo Clero #42, os jornalistas Carla Bigatto, Diogo Schelp e Maria Carolina Trevisan analisam quais são as chances reais de um processo de impeachment contra o presidente, a cassação da chapa Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão (PRTB), e se há possibilidade do Brasil sofrer um golpe de estado.

Maria Carolina Trevisan acredita que há descontentamento e apoio o suficiente da sociedade para pressionar uma saída de Jair Bolsonaro. Mas, para a jornalista, seja impeachment ou cassação, tudo depende das manifestações de rua.

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"Eu vejo essa possibilidade [de Impeachment ou cassação de chapa]. Depende da pressão da rua e isso a gente só vai ver depois que a pandemia der uma arrefecida. Tanto impeachment quanto cassação me parecem ser muito mais possíveis agora do que antes. Principalmente porque esse alinhamento ao centrão não está dando muito certo", disse. (disponível no vídeo acima a partir de 16:50).

Diogo Schelp discorda. Para ele, o Congresso Nacional está longe de pautar qualquer processo de impeachment contra Jair Bolsonaro neste momento. No entanto, Schelp relembrou o impacto dos protestos de 2013, organizados pelo MPL (Movimento Passe Livre), na popularidade da então presidente Dilma Rousseff (PT) para ressaltar a importância da pressão popular nas ruas.

"É difícil encontrar um momento em que protestos populares favoreçam um governo que está no poder. A não ser mesmo que sirva de desculpa para recorrer à força, mas a questão é saber se Bolsonaro conseguiria usar isso como justificativa", aponta. (disponível no vídeo a partir de 5:00)

O jornalista também não vê cenário para que as Forças Armadas apoiem o presidente em um eventual golpe de estado

"Eu não vejo agora o clima para um impeachment ou cassação e ainda não vejo uma possibilidade do governo dar um golpe de estado. O que eu vejo, por enquanto, é que a gente vai ter um governo Bolsonaro até o fim pautado pela crise política e confronto. Basicamente, vão ser quatro anos perdidos", concluiu

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