Moro exalta independência da polícia após prisão de Queiroz
O ex-ministro Sergio Moro publicou hoje, em seu Twitter, uma mensagem em apoio às ações integradas entre polícias, Ministério Público e outros órgãos de justiça. Na mensagem, Moro não citou diretamente a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), mas pediu que "todos os fatos sejam esclarecidos".
"O importante é que polícias, Ministério Público e Cortes de Justiça possam trabalhar de maneira independente e que todos os fatos sejam esclarecidos", disse o ex-ministro na rede social.
A prisão de Queiroz
Fabrício Queiroz foi preso na manhã de hoje em Atibaia, cidade do interior paulista, numa ação conjunta do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).
Queiroz foi localizado e preso em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seu filho Flavio. Ontem, Wassef esteve na posse novo ministro das Comunicações, Fabio Faria (PSD), que contou com a presença do presidente.
A prisão é preventiva, ou seja, sem prazo. Policiais também realizaram busca e apreensão no local. O delegado da Polícia Civil de São Paulo Osvaldo Nico Gonçalves, que participou da prisão, disse que o caseiro do local informou que Queiroz estava na casa do advogado há cerca de um ano.
Quem é Fabrício Queiroz
O ex-assessor Fabrício Queiroz passou a ser investigado em 2018 depois que um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicou movimentação financeira atípica dele, que é amigo do presidente desde 1984.
Policial reformado ele, que havia atuado como motorista e assessor do então deputado estadual, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O último salário de Queiroz na Alerj fora de R$ 8.517. Ele também recebeu transferências em sua conta de sete servidores que passaram pelo gabinete de Flávio.
As movimentações atípicas, que vieram à tona num braço da Operação Lava Jato, levaram à abertura de uma investigação pelo MP do Rio.
Uma das transações envolve um cheque de R$ 24 mil depositado na conta da hoje primeira-dama Michelle Bolsonaro. O presidente se limitou a dizer que o dinheiro era para ele, e não para a primeira-dama, e que se tratava da devolução de um empréstimo de R$ 40 mil que fizera a Queiroz. Alegou não ter documentos para provar o suposto favor.
Em entrevista ao SBT em 2019, Queiroz negou ser um "laranja" de Flávio. Segundo ele, parte da movimentação atípica de dinheiro vinha de negócios como a compra e venda de automóveis. "Sou um cara de negócios, eu faço dinheiro... Compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro. Sempre fui assim", afirmou na ocasião.
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