Sem tomar posse no MEC, Ribeiro faz 'beija-mão' à espera de Bolsonaro
Milton Ribeiro, nomeado ministro da Educação, começou hoje a percorrer gabinetes em Brasília, prática conhecida como "beija-mão", e estreitar laços políticos enquanto aguarda o retorno ao trabalho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em recuperação da covid-19, para tomar posse do cargo.
Ribeiro está na "informalidade" porque a cerimônia de posse e a assinatura do termo que oficializa a nova gestão do MEC só devem ocorrer, segundo relatam auxiliares do governo, quando Bolsonaro estiver de volta à rotina do Palácio do Planalto. O presidente realizará ainda hoje novo exame para checar se estaria ou não curado do coronavírus.
A interlocutores, o mandatário tem dito que, se for liberado pelo seu médico pessoal, regressará ao trabalho antes mesmo de completar o período mínimo de quarentena. O diagnóstico foi confirmado por ele em 7 de julho. Em tese, o isolamento social perduraria até o fim desta semana.
A situação de "informalidade" vivida pelo chefe do MEC cria uma situação inusitada na pasta. É a segunda vez que, por razões diferentes, abre-se um vácuo entre a nomeação e a posse de um novo ministro. Ribeiro está à deriva há quatro dias, quando foi anunciado por Bolsonaro nas redes sociais.
Antes dele, Carlos Alberto Decotelli, que acabou sendo demitido devido a inconsistências curriculares, permaneceu cinco dias no cargo sem ter tomado posse.
A trajetória de Decotelli à frente da pasta chegou ao fim em razão da repercussão de reportagens que mostravam que ele não havia concluído cursos de pós-graduação (doutorado e pós-doutorado) da forma como constavam inicialmente em seu currículo. O clima de pressão e as contestações públicas levaram ao pedido de demissão.
Reunião no Planalto
Ribeiro reuniu-se hoje com os ministros Walter de Souza Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) para conversar sobre os rumos do ministério.
O encontro foi classificado como "apresentação do novo ministro", de acordo com a agenda de Braga Netto. Não houve declarações das autoridades após o encontro.
Em postagem no Twitter, Ribeiro escreveu que vai dedicar esforços para "auxiliar o presidente Bolsonaro a oferecer educação que projete esperança ao futuro do nosso país através da formação de nossos filhos".
O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), afirmou que agendará para semana que vem uma reunião com o novo chefe do MEC.
A Câmara deve votar semana que vem um projeto de interesse da pasta, o Fundeb (fundo para financiar a educação básica). O projeto está em discussão há mais de um ano e tinha resistências do ex-ministro Abraham Weintraub.
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