Deputados pedem explicações de Bolsonaro por episódio de trabalho infantil
Parlamentares entraram com representação pedindo ao Ministério Público Federal (MPF) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dê explicações sobre declarações de apologia ao trabalho infantil e piadas de conotação sexual direcionadas a uma criança de 10 anos, feitas em sua live, na última quinta-feira. (Assista ao vídeo abaixo)
"Na ocasião, o senhor presidente fez declarações inapropriadas e atentatórias aos direitos das crianças e adolescentes, ao dirigir-se com expressões de
conotação sexual a uma criança e ao criticar a proibição do trabalho infantil - uma grave violação de direitos de crianças e adolescentes previstas na Constituição Federal", diz trecho do documento.
A representação é assinada pelos deputados Maria do Rosário (PT-RS), Jandira Feghali (PSdoB-RJ),Túlio Gadêlha (PDT-PE), Áurea Carolina (PSOL/MG), entre outros. Ao todo, 44 parlamentares e e organizações da Sociedade Civil assinam o documento.
No Twitter, Maria do Rosário justificou o pedido de explicações a Bolsonaro. "Tal postura vinda de qualquer pessoa é inadmissível, quanto mais de um Presidente da República. Fere a Constituição e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Por isso, a representação já conta com apoio de parlamentares e organizações do movimento da infância", afirmou ela.
Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a representação contra ele.
Ao lado de youtuber mirim
Jair Bolsonaro fez piadas sobre gordos e misoginia, além de incentivar o trabalho infantil, durante a sua live semanal realizada nas redes sociais, o que provocou a reação de internautas e políticos da oposição.
Na ocasião, Bolsonaro conversava com Esther, de 10 anos, menina que se autointitula "repórter e apresentadora" e que já havia entrevistado o chefe do Executivo em outras duas ocasiões.
Já no fim da live, Bolsonaro incentivou o trabalho infantil ao mencionar a história de um menino que decidiu trabalhar como engraxate, em Goiás, e comprar um relógio para dar de presente ao pai no Dia dos Pais, no mês passado.
"Tem uma história que não apurei se é verdade ou falsa, mas tá na internet. Um garoto com caixa de engraxar, ele foi no relojoeiro para comprar um presente para o pai. O relojoeiro deu pra ele, devolveu o dinheiro, e parece que alguém do Ministério do Trabalho notificou o dono dizendo que estava fazendo apologia ao trabalho", disse ele.
"Deixa o moleque trabalhar. Eu trabalhei, aprendi a dirigir com 12 anos. Molecada quer trabalhar, trabalha. Hoje, se está na Cracolândia [em São Paulo], ninguém faz nada com o moleque", reclamou.
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