Vereadora pede devolução de R$ 75 mil liberados para ato de Bolsonaro em SP
A vereadora paulistana Silvia Ferraro (PSOL-SP), representante do mandato coletivo Bancada Feminista na Câmara Municipal, entrou na Justiça para pedir que os R$ 75 mil liberados pela Prefeitura de São Paulo para um ato de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizado no último sábado (12) sejam ressarcidos aos cofres do Executivo municipal.
No dia do ato, a Secretaria de Esporte e Lazer da prefeitura liberou R$ 75.243,17 para a organização do passeio de moto promovido em apoio ao presidente que contou com a presença do mesmo.
Na "motociata", Bolsonaro se aglomerou, foi multado pelo governo de São Paulo por não usar máscara, atacou o governador João Doria (PSDB) e mentiu sobre as vacinas contra a covid-19.
Segundo a coluna Olhar Olímpico, do UOL, a verba foi um pedido do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). O orçamento enviado pelo governo falava em locação de banheiros químicos, uma tenda com duas mesas de plástico e um cesto de lixo, além de gradis e lacres.
Procurada pela coluna na época, a Prefeitura de São Paulo disse que a verba liberada não considerou o teor da manifestação, "que é um direito constitucionalmente garantido, mas, sim, garantir a segurança de todos os participantes".
"Fato é que tal evento nunca correspondeu a interesse público, mas sim, única e exclusivamente a interesse político particular do presidente da república e de seus apoiadores", diz a ação encaminhada à à Vara da Fazenda Pública do Foro Central da Comarca de São Paulo.
Na ação, também é pedido que as autoridades investiguem Thiago Milhim, secretário de Espotes e Lazer de São Paulo, por possível ato de improbidade administrativa.
"Ricardo Nunes (prefeito de São Paulo, do MDB) precisa dizer se este financiamento demonstra algum tipo de acordo político com Bolsonaro, o que seria trágico, ou então precisa devolver o dinheiro prontamente" afirmou Silvia Ferraro em nota.
Antes de Ferraro, Erika Hilton (PSOL-SP) e Arselino Tatto (PT-SP), também vereadores, anunciaram idas à Justiça e ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo) contra a liberação dos R$ 75 mil para a realização do evento e o secretário Milhim.
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