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Sakamoto: As gravações reforçam que Bolsonaro é patriarca das rachadinhas

Colaboração para UOL, em São Paulo

05/07/2021 11h15

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto explicou hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), além de ser o patriarca de sua família é o patriarca das rachadinhas, pelas gravações reveladas pela reportagem do UOL que apontam seu envolvimento direto, enquanto era deputado federal (entre 1991 e 2018), no esquema de entrega de salários de assessores.

"Agora gravações reforçam que o patriarca da família Bolsonaro também é o patriarca das rachadinhas. Agora tem um ponto: mais que um desejo de permanecer no poder para impor sua visão de mundo, tudo indica que Jair quer se reeleger também para evitar o 'xilindró', pela forma como usou recursos públicos de seu governo na pandemia, mas também como os usou antes de ser presidente", disse Sakamoto durante o UOL Debate.

Em três reportagens publicadas hoje na coluna da jornalista Juliana Dal Piva mostram gravações que revelam o que era dito no círculo íntimo e familiar do presidente.

As declarações indicam que Bolsonaro participava diretamente da rachadinha: nome popular para uma prática que configura o crime de peculato (mau uso de dinheiro público).

"Isso é uma bomba que explode no colo de Jair Bolsonaro. Ainda mais no momento em que ele está envolvido em acusações de prevaricação por ter deixado passar indícios de corrupção na compra da Covaxin para exatamente ajudar o centrão. Agora volta a assombrá-lo por um mau uso de dinheiro público, um peculato, que envolve diretamente seu nome, como bem mostrou a extensa investigação da Juliana", continua Sakamoto.

"Agora, é interessante porque bolsonaristas sempre usaram como tática de defesa que o problema das "rachadinhas", que é um nome educado, na verdade é desvio de dinheiro público, não envolve o presidente, apenas o senador Flávio Bolsonaro, seu filho. As redes bolsonaristas falam isso", conclui.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.