Quem tiver cometido seus erros, vai pagar, diz Arthur Lira sobre pandemia
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse hoje que quem cometeu erros durante a pandemia do coronavírus, vai pagar. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews.
"Eu tenho muito cuidado com a minha fala porque, costumo dizer, na pandemia não tínhamos a receita pronta. Se critica muito o negacionismo, mas reafirmo que, ao final de 2021, o Brasil será o país que mais vacina, porque a população quer", afirmou.
"Temos que nos unir para trabalharmos todos juntos. Quem tiver e tenha cometido seus erros, vai pagar", completou.
Lira, que é responsável por decidir sobre o arquivamento ou a sequência de pedidos de impeachment contra Bolsonaro, também disse que não há nenhum tipo de previsão para analisar um pedido. Segundo ele, "não há motivo para uma ruptura nesse momento".
O impeachment não pode ser ato ditatorial, pessoa contra presidente. Deve ser tratado com tranquilidade."
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados
Ele voltou a defender a mudança do sistema político para o semipresidencialismo, que introduz a figura do primeiro-ministro e aumenta os poderes do Congresso. "Essa instabilidade política no Brasil tende a terminar. Se a gestão, por acaso, der errado, aquele gabinete cai internamente e se monta outro. Sem instabilidade política".
Lira ressaltou que o novo sistema, se aprovado, valeria a partir de 2026, não 2022 — a oposição critica a proposta, e alega que a mudança seria uma resposta para prejudicar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governo Jair Bolsonaro (sem partido) é investigado na CPI da Covid por ações e omissões na pandemia. Desde o ano passado, o presidente Bolsonaro apoia o chamado "tratamento precoce", com uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid. Ele também desqualificou as vacinas, e demorou a assinar contratos para a compra de imunizantes — em junho, Bolsonaro mentiu sobre a CoronaVac, e voltou a questionar a vacina, que ele já classificou como "vacina chinesa do João Doria [governador de São Paulo]".
A CPI também apura suspeitas de superfaturamento no contrato da Covaxin e pedido de propina no contrato da AstraZeneca. No primeiro caso, o Ministério da Saúde suspendeu o contrato com a Precisa Medicamentos, que representava o laboratório Bharat Biotech no Brasil. Há suspeitas de que o governo federal comprou a Covaxin por um preço 1.000% maior do que havia sido anunciado pela própria fabricante seis meses antes.
O governo federal também enfrenta uma denúncia de propina de US$ 1 por cada dose da vacina AstraZeneca, negociada pela empresa americana Davati Medical Supply. Segundo o vendedor Paulo Dominguetti Pereira, a propina foi cobrada pelo diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, que foi exonerado na mesma noite em que o jornal Folha de S.Paulo revelou o caso.
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