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'Dou uma por semana quando Deus ajuda', diz Roberto Jefferson em audiência

O presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson  - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
O presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Paulo Toledo Piza e Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

14/08/2021 15h37Atualizada em 14/08/2021 17h41

O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse em audiência de custódia hoje que não possui vícios, não bebe nem fuma, e que merece ter a prisão convertida para domicilar por causa de seus problemas de saúde. "Dou uma por semana quando Deus me ajuda", afirmou o delator do Mensalão do PT, segundo documento ao qual o UOL teve acesso.

O político foi preso ontem por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, por suspeita de envolvimento com uma milícia digital contra a democracia.

De acordo com o termo de custódia, Jefferson disse possuir "doenças crônicas, câncer (Adenocarcinoma e Colangite), tendo sido internado mais de 20 vezes, e trata de infecção renal", e que tem "cirurgia de stent marcada para daqui alguns dias".

Também afirmou tomar "vários remédios de uso contínuo (Pancreatina, Glifage 500mg, Luftal, Lexotan, Deller para depressão, Reconter para depressão, Crestor para o colesterol, Aspirina 100mg, 3 remédios para prevenção do câncer, complexo vitamínico, ferro, Synthroid, Trayenta)".

Ao UOL, o advogado Luiz Gustavo da Cunha, que representa o presidente do PTB, disse que o juiz que conduziu a audiência de custódia informou que conversará com o ministro Alexandre de Moraes para que a situação de Roberto Jefferson seja avaliada. Segundo ele, o magistrado teria considerado a situação do político, mas preferiu esperar a avaliação do ministro.

Ao pedir a prisão domiciliar, a defesa também afirmou que Roberto Jefferson é "jurado de morte por várias facções", e que sua permanência no sistema prisional poderá comprometer a sua "integridade física".

"(Roberto Jefferson) disse, também, que o Estado não precisa de um 'cadáver', questionando, por outro lado, quem responderia por algum problema que viesse a ocorrer com a pessoa do Dr. Roberto Jefferson", informa o termo de audiência.

Para o magistrado indicado pelo ministro relator, o ex-deputado disse na audiência que não acredita na "isenção do ministro" e que "discorda dos fundamentos que ensejaram a prisão preventiva".

Com relação às próprias finanças, o político afirmou que "não possui aplicações, possui cerca de 6 mil reais em conta corrente, não possui poupança e reside no imóvel de sua esposa".

Roberto Jefferson, contudo, ganha, ao menos, R$ 46 mil por mês com uma espécie de salário do PTB e a aposentadoria da Câmara dos Deputados.