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Mandetta chama manifestações contra Bolsonaro de 'treino livre'

Luiz Henrique Mandetta - Jefferson Rudy/Agência Senado
Luiz Henrique Mandetta Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Colaboração para o UOL, no Rio

13/09/2021 15h32Atualizada em 13/09/2021 16h10

O pré-candidato do DEM à Presidência da República, Luiz Henrique Mandetta, classificou a manifestação de ontem contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de "treino livre", em uma analogia às disputas da Fórmula 1. O ex-ministro da Saúde foi ao protesto na capital paulista, chegando a discursar no evento, assim como outros presidenciáveis.

"Se a gente estivesse falando de Fórmula 1 é treino livre, todo mundo está exercitando, debatendo. A não ser os dois (Lula e Bolsonaro), que não precisam debater, apresentar planos, porque são o que são. O contraditório os irrita muito", disse Mandetta, em entrevista à CBN.

Os protestos de ontem foram convocados principalmente pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua. Vestidos em sua grande maioria de branco, os manifestantes pediam o impeachment de Bolsonaro. Mas também foi possível ver faixas onde se lia "nem Lula, nem Bolsonaro".

Esse primeiro momento é basicamente da gente dizer 'a democracia não é negociável, esses valores a gente não abre mão'. As eleições do ano que vem vão ocorrer, de forma transparente. A urna eletrônica é sim segura e vai ter que ser o instrumento de validação. Não há espaço para golpe, para agressão a uma conquista geracional que é sim mantida
Luiz Henrique Mandetta, sobre as pautas do protesto de ontem

Os atos deste domingo tiveram pouca adesão. Nas redes sociais, bolsonaristas classificaram o movimento como "fiasco".

"Ontem, o número era bem menor, mas era mais verdadeiro, mais plural. Vi muito jovem, muito estudante, muita gente de todos os matizes sociais. Acho muito representativo", afirma Mandetta.

Além do político do Democratas, outros presidenciáveis também discursaram no ato na Avenida Paulista. Dentre eles, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT).

Aproximação com esquerda

Perguntado sobre uma aproximação com outros partidos da esquerda, principalmente o PT, para próximas manifestações, Mandetta é pessimista, dizendo que, assim como os bolsonaristas, os petistas só enxergam "suas verdades absolutas".

Ali era o momento de quem está afim de se posicionar, de pôr a cara. Não é hora de pensar em coisas menores. Não quer dizer que todos nós concordamos. Muito pelo contrário. Nós temos pontos de profunda divergência, mas naquele momento a gente tinha um ponto de convergência
Mandetta

Sobre o impeachment de Bolsonaro, uma das principais reivindicações dos atos de ontem, Mandetta também é pessimista. Ele cita o extenso apoio que o presidente tem no Congresso, principalmente vindo de partidos do chamado Centrão.

"Você tem interesses de participação no governo daquele quinhão mais aderido a essas questões fisiológicos e, na prática, isso (o impeachment) não acontece, isso não prospera. Não acredito que vá prosperar", afirma.