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CPI da Covid: o voto de cada senador no relatório que pede 80 indiciamentos

Do UOL, em São Paulo

26/10/2021 21h06Atualizada em 26/10/2021 21h46

Por 7 votos a 4, o CPI da Covid aprovou o relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL) que aponta o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como um dos principais responsáveis pelo agravamento da pandemia no país.

O documento sugere o indiciamento de 78 pessoas, entre as quais o presidente, e duas empresas por crimes cometidos durante a pandemia, de acordo com a conclusão da maioria.

Veja como votou cada senador:

A favor do relatório:

  • Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI;
  • Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente;
  • Renan Calheiros (MDB-AL), relator;
  • Eduardo Braga (MDB-AM);
  • Tasso Jereissati (PSDB-CE);
  • Otto Alencar (PSD-BA);
  • Humberto Costa (PT-PE).

Contra o relatório:

  • Jorginho Mello (PL-SC);
  • Luis Carlos Heinze (PP-RS);
  • Eduardo Girão (Podemos-CE);
  • Marcos Rogério (DEM-RO).

O relatório sugere que Bolsonaro seja investigado e responsabilizado por dez crimes — entre eles, os previstos no Código Penal, com pena de prisão e/ou multa, crimes contra a humanidade e crimes de responsabilidade, que podem resultar em impeachment.

Primeiro a votar, o senador Eduardo Braga relembrou os mortos do seu estado, Amazonas. "Quero votar fazendo justiça aos 605.884 brasileiros que perderam a vida para a covid-19, aos quase 14 mil amazonenses que perderam a vida para a covid-19, alguns deles, centenas deles inclusive, com morte por asfixia a seco, por falta de oxigênio", disse.

O maior legado desta CPI foi enfrentar o negacionismo, mostrar ao Brasil que nós temos uma alternativa afirmativa através da vacinação, através de um protocolo baseado na ciência para salvar vidas.
Senador Eduardo Braga

O senador Luis Carlos Heinze, que durante toda a CPI protagonizou uma briga de narrativas em nome das "vidas salvas" voltou a exaltar os números de recuperados, mas também citou os mais de 600 mil mortos.

Heinze chegou a ser incluído no relatório como um dos responsáveis pelo agravamento da pandemia, mas foi posteriormente retirado a pedido dos senadores.

O senador do Rio Grande do Sul, juntamente com os bolsonaristas Marcos Rogério e Eduardo Girão, apresentou hoje relatórios paralelos —votos em separado, na linguagem técnica do Parlamento— em rejeição ao relatório final elaborado por Renan.

Em seu voto, o vice-presidente da CPI Randolfe Rodrigues disse que o relatório final "vai estarrecer os historiadores e as gerações do futuro".

Eles se perguntarão como foi possível a produção de tanto horror em larga escala. Eles cobrarão à nossa memória o que foi feito pela nossa geração.
Senador Randolfe Rodrigues

Ao declarar os votos do relatório, o presidente da comissão, Omar Aziz, agradeceu a equipe, à imprensa e "pessoas desconhecidas" que ajudaram durante os meses da CPI.

"E agora é uma nova etapa, é a gente encaminhar aos órgãos competentes pra que a gente possa fazer justiça ao povo brasileiro", finalizou.

Após a aprovação do documento, os senadores ficaram em pé e fizeram um minuto de silêncio em homenagem aos mais de 606 mil mortos pela covid-19 no Brasil, até o momento.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.