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Bolsonaro diz que casamento com PL está 'tudo certo': 'Seremos felizes'

13.set.2021 - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante evento no Palácio do Planalto - Adriano Machado/Reuters
13.set.2021 - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante evento no Palácio do Planalto Imagem: Adriano Machado/Reuters

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

24/11/2021 10h18Atualizada em 24/11/2021 11h45

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reafirmou hoje, em visita ao Congresso Nacional, que se filiará ao Partido Liberal em evento marcado para 30 de novembro. Segundo ele, "está tudo certo para ser um casamento". "Seremos felizes para sempre", comentou o chefe do Executivo federal.

Bolsonaro explicou que as últimas pendências que atrasavam a adesão à legenda foram resolvidas em conversa com o chefe da agremiação, Valdemar da Costa Neto. Ao presidente foi garantido poder para fazer indicações de candidatos aos governos de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de vagas eletivas no Nordeste.

"Acertamos São Paulo, alguns estados do Nordeste. No macro foi tudo conversado com o Valdemar, sem problema. Uma pessoa que é conhecida por honrar palavra. Da minha parte também e temos tudo para realmente ajudar na política brasileira.", disse.

Indagado se o evento agendado para o dia 30 estaria de pé, Bolsonaro colocou em dúvida apenas o horário. "Dia 30, acho que é terça-feira se eu não me engano. Está por volta de 10h30, não sei se posso fazer por esse horário, expediente, não sei, mas a princípio terça-feira está tudo certo."

Em comunicado ontem, o PL confirmou que o ato de filiação de Bolsonaro acontecerá na próxima terça-feira (30 de novembro), às 10h30 (de Brasília), com a presença também de Valdemar Costa Neto, atual presidente da sigla.

Bolsonaro e o partido haviam acertado a data da filiação para 22 de novembro (numeral da sigla na urna), mas as negociações recuaram em razão de costuras feitas por lideranças regionais. O presidente expressou insatisfação com a aproximação a agremiações de esquerda em estados e municípios. Além disso, reivindicava maior espaço de poder para decidir nomes que serão concorrentes a cargos relevantes em 2022.

Entre os pleitos de Bolsonaro está a candidatura de Tarcísio Gomes de Freitas, atual ministro da Infraestrutura, para o governo do estado de São Paulo. O PL aceitou a condição e, inclusive, já convidou Tarcísio para assinar a ficha de filiação junto ao presidente da República. O ministro, no entanto, ainda não decidiu se vai aceitar a oferta.

O PL integra a base do governador de São Paulo, João Doria, e a princípio havia se comprometido a apoiar Garcia na disputa pela sua sucessão, em 2022. .

Cancelamento da primeira data

No dia 14 de novembro, o PL havia cancelamento o evento de filiação do presidente ao partido previsto para o último dia 22 de novembro. A informação foi divulgada, em nota, pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, aos correligionários.

Costa Neto disse no texto que a decisão do adiamento da filiação foi tomada "de comum acordo" e "após intensa troca de mensagens na madrugada" com o presidente da República.

No mesmo dia do anúncio do cancelamento, Bolsonaro afirmou ainda ter "muita coisa a conversar" com Valdemar Costa Neto e que a data de filiação dele ao partido poderia ser adiada.

Sem partido desde 2019

Desde que deixou o partido pelo qual foi eleito presidente da República, o PSL, em 2019, após desentendimentos com a cúpula da sigla, Bolsonaro tentou criar o Aliança Pelo Brasil, mas o projeto acabou não saindo do papel a tempo. Bolsonaro também chegou a discutir seu retorno ao Progressistas (PP), partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, pelo qual Bolsonaro foi deputado de 2005 a 2016.

"Tentei e estou tentando um partido que eu possa chamar de meu e possa, realmente, se for disputar a Presidência, ter o domínio do partido. O PP passa a ser uma possibilidade de filiação nossa", relatou o presidente em julho.

Para evitar brigas entre partidos aliados ao seu governo, Bolsonaro informou Ciro Nogueira de sua decisão de se filiar ao PL antes de dar o "sim" a Valdemar Costa Neto.

*Com informações do Estadão Conteúdo e colaboração de Beatriz Gomes e Fábio Castanho, de São Paulo.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.