Villa: Bolsonaro mostra que não sabe explicar crise entre Rússia e Ucrânia
Para o historiador Marco Antonio Villa, colunista do UOL, o presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstra publicamente não saber o que está se passando no contexto de crise envolvendo a Ucrânia, a Rússia e a Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte).
"Ele não consegue explicar as razões das tensões existentes entre Rússia e Ucrânia. Não é que ele não pode falar: é que ele não sabe", disse Villa ao UOL News - Tarde, programa do Canal UOL.
Bolsonaro embarca hoje para Moscou, onde terá, entre outras agendas, um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, enquanto países do Ocidente acusam a Rússia de estar planejando invadir e ocupar a vizinha Ucrânia.
Na manhã de hoje, em conversa com apoiadores em Brasília, Bolsonaro disse que "o mundo todo tem seus problemas", minimizando as tensões no Leste Europeu, mas que torcerá "pela paz" e "que dê tudo certo".
Na conversa, Bolsonaro afirmou que pretende "tratar de assuntos de defesa" com Putin e disse que o Brasil tem relações comerciais significativas com a Rússia na questão de importação de fertilizantes.
"Ele cismou com os fertilizantes, assim como já cismou com o nióbio. Tudo que ele fala da Rússia são fertilizantes", afirmou Marco Antonio Villa, que acrescentou que não faz sentido Bolsonaro falar em paz — "ele é o homem da guerra e da morte", destacou.
"Há o medo de Bolsonaro fazer uma frase inadequada, assinar um documento que não é para assinar, fazer alguma consideração absurda, porque ele é de uma incapacidade absoluta", pontuou.
Contexto da crise
Em linhas gerais, o que motiva a tensão é o fato de os russos temerem que um avanço dos limites da Otan em direção à Ucrânia, algo desejado pelo bloco, comprometa a segurança nacional da Rússia, tendo em vista que ambos os países são vizinhos.
Além do mais, parte da Ucrânia fala russo e muitos ucranianos inclusive se consideram como parte do povo russo, posição que é endossada por Moscou.
Além dos EUA, integram a Otan a Alemanha, o Reino Unido e a França, entre outros países. Formada pós-Segunda Guerra Mundial, o grupo tem como base a premissa de que, caso algum membro seja atacado militarmente, todos se unirão em resposta.
O embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton de Andrade Mello Rapesta, disse hoje à GloboNews que a situação no país é "plenamente tranquila e normal".
Porém, também hoje, o ministro das Forças Armadas do Reino Unido, James Heappey, disse que a Europa está mais perto de uma guerra do em que qualquer outro momento nos últimos 70 anos — ou seja: desde a Segunda Guerra Mundial.
"Há 130 mil soldados russos nas fronteiras da Ucrânia, milhares mais em navios no Mar Negro e no Mar de Azov", listou ele em entrevista à rede britânica BBC.
Na própria Ucrânia, em Kiev, capital do país, moradores participaram ontem de um treinamento militar para defesa em caso de uma invasão por parte da Rússia.
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